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Málaga e Valência. Alerta vermelho levantado após novas chuvas torrenciais

por Joana Raposo Santos - RTP
As autoridades retiraram cerca de 4.200 pessoas por precaução Foto: Jon Nazca - Reuters

As regiões espanholas de Málaga e Valência foram na noite de quarta-feira atingidas por chuvas torrenciais, levando as autoridades a retirar milhares de pessoas por precaução. Esta quinta-feira o alerta vermelho para mau tempo passou a laranja, não havendo registo de vítimas mortais. Há duas semanas, o sul de Espanha foi palco de inundações que mataram mais de duas centenas de pessoas.

De acordo com a AEMET, caíram na última noite 110 litros de água por metro quadrado (110 milímetros) em Alcudia de Veo, no interior de Valência, e 88 litros (88 milímetros) em Chiva, aldeia atingida por inundações no final de outubro.

Estas chuvas torrenciais obrigaram os serviços de emergência a efetuar novas operações de salvamento, tanto na Andaluzia como na região de Valência. No entanto, até à manhã desta quinta-feira, não houve registo de vítimas.

“O pior desta segunda depressão já passou”, declarou a Agência Estatal de Meteorologia (AEMET) na rede social X, depois de ter baixado o alerta vermelho para laranja na província de Málaga e na região de Valência.


Na noite de quarta-feira, a AEMET tinha colocado essas duas zonas em alerta vermelho, o mais elevado, devido a um risco “extremo” de inundações associado à presença de “gota fria”, fenómeno de baixa pressão a alta altitude que não é raro no outono na costa mediterrânica espanhola – e que neste momento também já afeta Portugal.

Inicialmente estava previsto que o aviso vermelho permanecesse em vigor até às 12h00 locais no litoral da região de Valência e até às 8h00 em Málaga, mas a melhoria do estado do tempo permitiu o alívio antecipado.

A AEMET aconselhou as populações a evitarem deslocações por risco de “transbordamentos de rios e inundações”.

O aviso foi emitido apenas duas semanas após as inundações mortíferas que atingiram o sul do país, reacendendo os receios dos habitantes nas cidades afetadas, onde mais de uma dezena de pessoas continuam desaparecidas enquanto os trabalhos de limpeza.
Mais de quatro mil pessoas retiradas
Apesar da passagem de vermelho para laranja, o aviso de mau tempo levou a que, em Valência, se mantenham esta quinta-feira as restrições à circulação e a suspensão das aulas em mais de uma centena de municípios.

A circulação ferroviária entre Barcelona e Valência também foi interrompida, enquanto a retoma dos serviços ferroviários na linha Madrid-Valência, prevista para a manhã desta quinta-feira, foi adiada.
Na última noite, o presidente da região de Valência, Carlos Mazón, criticado pela falta de reação e pela gestão das inundações do final de outubro, anunciou que as viagens só seriam autorizadas em caso de "força maior".

Em Málaga, onde várias estradas principais ficaram inundadas e o tráfego aéreo sofreu perturbações, o metro foi encerrado e o serviço de comboios para Madrid foi também suspenso.

Além disso, as autoridades retiraram cerca de 4.200 pessoas por precaução. “É melhor prevenir do que remediar, como vimos em Valência”, justificou o presidente da região da Andaluzia, Juan Manuel Moreno.

Os habitantes do município de Paiporta, epicentro da catástrofe do final de outubro, montaram barricadas improvisadas com sacos de terra em frente às portas das habitações, receando novas inundações.

c/ agências
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