Trinta e oito pessoas sobreviveram depois de um barco que transportava maioritariamente migrantes senegaleses se ter virado ao largo da costa da Ilha do Sal, em Cabo Verde. Ouvida pela RTP3, a Cruz Vermelha na Ilha do Sal apelou esta quinta-feira ao apoio internacional para conseguir ajudar os migrantes resgatados, que prometem "tentar de novo se forem repatriados" para os países de origem.
Foram resgatados 38 sobreviventes, “todos do sexo masculino, 37 de nacionalidade senegalesa e um da Guiné-Bissau”, entre os quais “quatro adolescentes de idades entre 12 a 16 anos", de acordo com a Cruz Vermelha.Na passada segunda-feira, foi resgatada em
Cabo Verde uma piroga que chegou a transportar 101 migrantes a bordo e
vitimou 63 pessoas. Morreram à fome durante a viagem.
À chegada ao Porto de Palmeira, na Ilha do Sal, foram recebidos por uma equipa multidisciplinar que garantiu cuidados sanitários e médicos e lhes forneceu água, comida e roupa, num primeiro momento.
Devido ao estado de desidratação em que se encontravam, 16 dos migrantes foram encaminhados de imediato para o Hospital regional por exigirem maiores cuidados. Os restantes foram acolhidos num complexo desportivoTrês questões prioritárias
À chegada ao Porto de Palmeira, na Ilha do Sal, foram recebidos por uma equipa multidisciplinar que garantiu cuidados sanitários e médicos e lhes forneceu água, comida e roupa, num primeiro momento.
Devido ao estado de desidratação em que se encontravam, 16 dos migrantes foram encaminhados de imediato para o Hospital regional por exigirem maiores cuidados. Os restantes foram acolhidos num complexo desportivoTrês questões prioritárias
"Na primeira hora nós damos água, comida e roupa", disse Ivanilda Vaz, representante da Cruz Vermelha na Ilha do Sal, em Cabo Verde, em declarações à RTP3, acrescentando que essas são "as três questões prioritárias" e que, ao longo do tempo, prestam ajuda na satisfação de outras necessidades que vão eventualmente surgindo.“É um desafio enorme a falta de financiamento para trabalhar estas questões”, garantiu Ivanilda Vaz.
Apesar de no terreno terem procedido de imediato à recolha de bens - comida, produtos de higiene, roupa e calçado - junto de empresas locais e da sociedade civil, que têm contribuído para apoiar os migrantes resgatados, explicou que a falta de financiamento, recursos e estruturas são um desafio à prestação da ajuda humanitária.
"Cada um vai dando o que tem e o que pode", disse. Acrescentando que "os donativos vão chegando aos poucos".
Cabo Verde como país de trânsito, não como destino
Os testemunhos de alguns dos sobreviventes revelam que o "destino final seria a França" ou as Ilhas Canárias, em Espanha, conta Ivanilda Vaz.
"Pedimos ajuda para os 38 migrantes", apelou a porta-voz da Cruz Vermelha na Ilha do Sal.
A falta de oportunidades e de esperança nos países de origem levam muitos africanos, entre eles jovens licenciados, a embarcarem rumo à Europa à procura "melhores dias".
As autoridades cabo-verdianas estão a preparar o repatriamento das 38 pessoas resgatadas, à semelhança do que aconteceu no passado a outros náufragos que desembarcaram no país. Todavia, confrontados com esta realidade, os resgatados "prometem tentar de novo se forem repatriados".