Apesar das derrotas militares e do recuo do grupo extremista na região, o Estado Islâmico mantém entre 20 a 30 mil combatentes na Síria e no Iraque. Os dados estão num relatório agora divulgado pelas Nações Unidas. O mesmo trabalho refere uma diminuição dos ataques terroristas na Europa.
Apesar de muitos combatentes do Estado Islâmico terem sido mortos em combate e outros terem abandonado a zona de guerra, dezenas de milhares permanecem ainda nos dois países.
Segundo explica o relatório da ONU, devido à diminuição da pressão militar das Forças Democráticas Sírias, o grupo extremista “é ainda capaz de realizar ataques no território sírio”, onde controla pequenas cidades e aldeias. Para além disso, apesar de “já não controlar totalmente qualquer território no Iraque, mantém-se ativo graças a células adormecidas”, nomeadamente combatentes escondidos no deserto.
A Organização revela que alguns Estados-membros estimam que o Estado Islâmico tenha entre 20 a 30 mil combatentes no Iraque e na Síria, aproximadamente divididos entre os dois países. Incluídos nestes números está uma componente significativa de “milhares de combatentes estrangeiros”, esclarece o documento.
Diminuição de ataques na Europa
O relatório da ONU dá ainda conta de que “o fluxo de combatentes terroristas estrangeiros para o Iraque e para a Síria praticamente parou”. Por sua vez, o número combatentes que abandonam o território controlado pelo grupo extremista é “mais baixo do que o esperado” e continua a ser um “sério desafio”.No Iémen, o Estado Islâmico só dispõe de menos de 500 homens, contra mais de seis mil da Al Qaeda.
Apesar destes dados, a ONU revela que o número de ataques terroristas na Europa tem caído deste 2017. O relatório refere que a diminuição dos ataques pode estar relacionada com a “quase derrota do chamado califado”.
De acordo com a mesma fonte, é provável que um núcleo oculto do Estado Islâmico resista na Síria e no Iraque, marcando presença também em países vizinhos. Na Líbia, por exemplo, estima-se que estejam instalados entre três a quatro mil combatentes da organização.
Somália, Iémen, Sinai e Sahel são outras regiões enumeradas pela ONU com presença de elementos do grupo extremista, ainda que em menor escala. O Afeganistão é o país com maior número de combatentes terroristas estrangeiros.