Mais de 1.400 alegados membros de gangues detidos em El Salvador

por Lusa
Victor Pena - Reuters

As autoridades de El Salvador anunciaram na segunda-feira a detenção de mais de 1.400 alegados membros de grupos criminosos, quando o país está em estado de emergência devido ao aumento de homicídios.

O ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro, comunicou que as mais de 1.400 detenções foram efetuadas nas últimas horas em cerca de 50 operações em todo o país.

Villatoro falou aos jornalistas após a detenção de 24 membros do grupo Mara Salvatrucha (MS13), num bairro populoso no norte de São Salvador.

O ministro disse ainda que "diferentes operações estão a ser realizadas simultaneamente à escala nacional".

Numa mensagem na rede social Twitter, o Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, exigiu na segunda-feira que os membros do grupo criminoso "parem de matar já" e advertiu que se a escalada de assassínios no país não cessar, os companheiros já detidos "também vão pagar por isso".

Em El Salvador, os grupos criminosos têm cerca de 70 mil membros, dos quais 16 mil estão detidos.

O país da América Central encontra-se em estado de emergência, decretado no domingo de manhã pelo Congresso, a pedido de Nayib Bukele, que mandou suspender algumas garantias constitucionais, nomeadamente a liberdade de associação e reunião.

O país registou 14 homicídios na sexta-feira, 62 no sábado e 11 no domingo. O dia 26 de março tornou-se no mais mortífero da história recente de El Salvador.

As autoridades atribuem a onda de violência à atividade dos grupos criminosos, principalmente do MS13, embora ainda não exista uma explicação para o aumento.

Esta não é a primeira vez que um Governo salvadorenho procura combater estes gangues com prisões em massa. Foi o caso dos ex-presidentes Francisco Flores (1999-2004) e Elías Antonio Saca (2004-2009), que lançaram as campanhas "Mão dura" e "Mão super dura", respetivamente.

Contudo, as taxas de homicídio continuaram a subir até 2015, quando El Salvador se tornou no país mais violento do mundo com 103 homicídios por 100 mil habitantes.

Depois desse ano, os números foram diminuindo gradualmente, com uma queda significativa desde que Bukele subiu ao poder, em 2019.

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