O presidente norte-americano que assegurar que o mundo “está ao lado de Kiev” face à invasão russa. Joe Biden anunciou entretanto mais 305 milhões de euros de ajuda à Ucrânia.
“Tal como estamos empenhados em ajudar a Ucrânia a defender-se, também estamos empenhados em ajudá-la a recuperar e a reconstruir no futuro, incluído o apoio a reformas que combatam a corrupção”, acrescentou o inquilino da Casa Branca.
Foto: Kevin Lamarque - Reuters
No encontro, Zelensky partilhou com Biden os planos para combater a corrupção, com o presidente norte-americano a sublinhar a importância de instituições anticorrupção fortes na Ucrânia, avançou a Casa Branca.
O presidente ucraniano, que realizou a segunda visita a Washington desde o início da invasão russa, agradeceu ao seu homólogo norte-americano os 305 milhões de euros em armamento e defesas aéreas, revelando que os soldados ucranianos “têm agora exatamente o que necessitam”.
"Hoje (quinta-feira) estou em Washington para reforçar a nossa capacidade de defender as crianças ucranianas, as nossas famílias, as nossas casas, a liberdade e a democracia no mundo", acrescentou.
“Obrigada por estes 575 dias”, afirmou Zelensky referindo-se ao apoio desde o tempo decorrido desde a invasão russa em fevereiro de 2022. O líder dos Estados Unidos recebeu com a sua mulher, Jill Biden, o casal Volodymyr e Olena Zelensky na Casa Branca, onde o líder ucraniano, falando na Sala Oval, defendeu que a continuação da ajuda financeira e militar “é muito importante” para Kiev e agradeceu aos representantes norte-americanos e ao povo dos Estados Unidos pelo seu “grande, imenso apoio”.
Defesa aérea
Antes do encontro entre Zelensky e Biden, a Casa Branca revelou que os Estados Unidos vão enviar “importantes” meios de defesa à Ucrânia, mas sem fornecerem mísseis ATACMS de longo alcance, solicitados por Kiev.
Antes do encontro entre Zelensky e Biden, a Casa Branca revelou que os Estados Unidos vão enviar “importantes” meios de defesa à Ucrânia, mas sem fornecerem mísseis ATACMS de longo alcance, solicitados por Kiev.
Além dos 305 milhões de euros de apoio à Ucrânia, Joe Biden revelou que os primeiros tanques Abrams, anunciados em janeiro, chegarão a Kiev na próxima semana.
"Aprovei a próxima entrega de ajuda de segurança dos Estados Unidos à Ucrânia, que inclui mais artilharia, munições e armas antitanque. Além disso, na próxima semana os primeiros tanques Abrams dos Estados Unidos serão entregues à Ucrânia", declarou Joe Biden.
O novo pacote de ajuda não inclui os mísseis de longo alcance ATACMS, que a Ucrânia tem exigido insistentemente há meses e que os Estados Unidos se recusaram a fornecer por receio de provocar uma escalada da guerra com a Rússia.
No entanto, o pacote contém armamento para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia contra os ataques russos, tanto agora como durante o próximo inverno, quando a Rússia poderá atacar novamente infraestruturas críticas, como o fornecimento de energia necessário para manter o país aquecido.
Especificamente, o pacote incluirá outra bateria de defesa aérea HAWK, que pode abater aeronaves, bem como sistemas capazes de intercetar mísseis para proteger a população civil.Os Estados Unidos também vão enviar munições de artilharia e bombas de fragmentação para a Ucrânia, tal como Biden anunciou em julho, apesar das críticas de organizações como a Human Rights Watch (HWR), que estão preocupadas com o impacto deste armamento na população civil.
Zelensky e Biden revelaram ainda que estão de acordo com medidas específicas para expandir a exportação de cereais ucranianos, face a um bloqueio russo e tensão com a vizinha Polónia.
Depois de procurar apoio internacional nas Nações Unidas na quarta-feira, Zelensky foi a Washington numa viagem pela cidade que incluiu reuniões com líderes militares no Pentágono, uma visita ao Capitólio dos EUA e um discurso à noite no museu National Archives.
A Casa Branca revelou ainda que os Estados Unidos vão organizar uma conferência no outono para a indústria de defesa americana, empresários ucranianos e funcionários governamentais para explorar joint ventures e coprodução, enquanto Washington procura reforças as capacidades de defesa a longo prazo da Ucrânia.