Numa altura em que o regime iraniano visa as famílias de manifestantes, Mahsa Yazdani, mãe de Mohammad Javad Zahedi, do movimento "Mulheres, vida, liberdade", foi condenada a 13 anos de prisão por um tribunal do Irão. Isto depois de ter denunciado nas redes sociais a morte do filho, denunciam organizações de defesa dos Direitos Humanos.
A mãe do jovem de 20 anos foi detida pelas forças de segurança iranianas em Sari, a capital da província de Mazandaran, em agosto de 2023 e posteriormente transferida para a Prisão Central local, depois de ter pedido justiça pela morte do filho e de outras pessoas nas manifestações, através das redes sociais.
De acordo com o jornal The Guardian, Mahsa Yazdani tinha sido libertada temporariamente sob caução, no valor de no valor de 1,500 milhões de rial iranianos, até à conclusão do processo judicial, no passado dia 26 de outubro.
Mohammad Javad Zahedi terá sido morto a tiro pelas autoridades durante uma manifestação antirregime, a 22 de setembro de 2022, na sequência da morte polémica da jovem curda Mahsa Amini, após esta ter sido detida pela “Polícia da Moralidade” do Irão por não usar corretamente o véu islâmico. Durante os protestos, vídeos e fotografias do corpo do jovem baleado na cabeça e nas costas com munições de caçadeira tornaram-se virais nas redes sociais.
"Quem é responsável por esta injustiça?”
Segundo a organização de defesa dos Direitos Humanos Hengaw, após ter sido tornada pública a sentença a filha de Mahsa Yazdani, Mitra Zahedi, demonstrou a sua indignação numa história na sua conta do Instagram. "O que vai acontecer ao meu irmão de três anos? Quem é responsável por toda esta injustiça?”, questionou a filha de Mahsa Yazdani.
Segundo a organização de defesa dos Direitos Humanos Hengaw, após ter sido tornada pública a sentença a filha de Mahsa Yazdani, Mitra Zahedi, demonstrou a sua indignação numa história na sua conta do Instagram. "O que vai acontecer ao meu irmão de três anos? Quem é responsável por toda esta injustiça?”, questionou a filha de Mahsa Yazdani.
A organização de defesa de Direitos Humanos Iran Human Rights (IHR) condenou nas redes sociais a condenação de Mahsa Yazdani. "Denunciamos com veemência a vergonhosa condenação de Mahsa Yazdani, uma mãe de luto que procurava justiça para o seu filho, Mohammad Javad Zahedi, um jovem de 20 anos que foi baleado e morto numa manifestação de rua".
"Ela e centenas de outras mães no Irão foram impedidas de fazer justiça pelos seus entes queridos assassinados, sendo elas próprias perseguidas pelo simples facto de levantarem a voz", acrescentou.
Desde setembro de 2022, altura em que eclodiram os protestos generalizados contra o regime iraniano, mais de 550 manifestantes perderam a vida durante as manifestações, várias centenas ficaram gravemente feridas e milhares foram detidas, segundo a Iran Human Rights (IHR).
A condenação de Mahsa Yazdani parece ser mais um sinal da perseguição ativa das autoridades iranianas às famílias das vítimas mortas ou detidas nos protestos antirregime.
A condenação de Mahsa Yazdani parece ser mais um sinal da perseguição ativa das autoridades iranianas às famílias das vítimas mortas ou detidas nos protestos antirregime.
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