O Presidente venezuelano veio esta quinta-feira deixar acusações a vários países que estão a bloquear verbas de contas bancárias da Venezuela, entre as quais um dedo apontado a Portugal, que Maduro diz ter “roubado 1.726 milhões de dólares que estavam destinados a comprar medicamentos”. Aquando da entrega de diplomas a dois mil novos médicos, Maduro referiu-se à verba depositada no Novo Banco e acusou Portugal de “roubo em plena luz do dia a mando do governo norte-americano”.
#EnVivo 📹| “No me cansaré de denunciar el robo de más de 30 mil millones de dólares por parte del gobierno de EEUU contra Venezuela. En Portugal nos robaron 1.726 millones de dólares que estaban destinados a traer medicinas y alimentos para Venezuela”, enfatizó @NicolasMaduro pic.twitter.com/Du8aO2dZiL
— Prensa Presidencial (@PresidencialVen) 9 de maio de 2019
O Presidente venezuelano voltou a falar dos mais de 1.700 milhões de dólares que diz serem do país. Nesta conta, Maduro relaciona as verbas que diz estarem retidas em Portugal com os orçamentos para compra de medicamentos necessários à Venezuela, acusação que vem na reiterada crítica oficial ao embargo norte-americano tido como responsável pela morte de mais de 40 mil pessoas devido a falta de assistência.
Já há uma semana, no passado dia 2, duas dezenas de organizações de defesa dos Direitos Humanos e movimentos sociais venezuelanos se tinham deslocado à Embaixada de Portugal em Caracas para pedir que Lisboa intercedesse junto do Novo Banco para o desbloqueio das verbas reclamadas pela Venezuela.
O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela explicou à Lusa que foi entregue “uma carta onde solicitam os bons ofícios do Governo português para que sejam desbloqueados 1.543 milhões de euros que foram ilegalmente retidos na entidade financeira Novo Banco”.
Nessa nota, a diretora da Sures, uma associação dedicada ao estudo, educação e defesa dos Direitos Humanos, alerta que “o bloqueio destes ativos têm impedido o pagamento necessário para atender 26 pacientes venezuelanos que se encontram em Itália, à espera de receber tratamento oncológico”.
“Apesar de o Estado venezuelano ter feito esforços para subsidiar o tratamento destas pessoas, numa ação ilegal e violadora dos Direitos Humanos, um banco privado estrangeiro, tem-se negado a pagar a fatura para o tratamento destas pessoas que se encontram em grave situação de saúde”, explica o comunicado, citando a diretora da Sures que, face a estad situação, “apelou aos bons ofícios do Governo de Portugal para que, através das ações legais que correspondam, o Novo Banco consiga destravar os recursos”.
c/ Lusa