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Madrid. Restrição de movimentos no epicentro da Covid-19 em Espanha

por Carlos Santos Neves - RTP
A presidente da comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, anunciou esta sexta-feira as medidas de exceção que vão abranger 858 mil dos habitantes da região JuanJo Martin - EPA

As autoridades da Comunidade de Madrid, o epicentro da propagação da Covid-19 em território espanhol, anunciaram esta sexta-feira a limitação da liberdade de movimentos para 13 por cento da população, ou seja, 858 mil dos 6,6 milhões de habitantes na região. Os ajuntamentos, até agora limitados a dez pessoas, não poderão ultrapassar as seis.

Nas zonas mais críticas, abrangidas por este agravamento parcial das restrições na região da capital espanhola, os habitantes só poderão sair dos seus bairros para trabalhar, ir ao médico ou levar crianças às escolas.

Segundo a presidente do governo regional de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, os contágios estão a ocorrer, sobretudo, “no domínio privado”. A responsável evitou empregar o substantivo confinamento para descrever as decisões adotadas nas últimas horas, preferindo falar de “medidas de restrição da mobilidade”.Coube à presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, anunciar as medidas de exceção que vão abranger 858 mil dos habitantes da região e vigorar, para já, por 14 dias.

Ayuso sublinhou, ao mesmo tempo, que é preciso “evitar a qualquer custo o desastre económico” de um confinamento completo em alguns dos bairros de Madrid, como chegou a aventar, na passada quarta-feira, o número dois do departamento de saúde da comunidade.

“O vírus é um assunto de todos”, vincou ainda a governante regional, para depois recordar que, nos bairros mais atingidos por infeções, a taxa de contágio é de pelo menos mil casos por 100 mil habitantes: “Um número gravíssimo”.

“Detetámos 37 áreas onde a incidência é muito superior, com mil contágios por 100 mil habitantes, um número gravíssimo”, afirmou Días Ayuso. “Ao não tomar medidas, corremos o risco de que se propague a toda a Madrid e estamos a tempo de o evitar”.
Daniela Santiago, correspondente da RTP em Madrid

A presidente do executivo regional indicou que serão igualmente tomadas “medidas para assegurar que se cumpram as quarentenas”.

“Há que evitar, por todos os meios, o estado de alarme. Vêm aí semanas difíceis, momentos complicados. Se remarmos todos na mesma direção, será mais fácil”, vincou.
Madrid vai também avançar com “uma estratégia de diagnóstico” que passa pela realização de “um milhão de testes” para despistar a doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.
A Comunidade de Madrid não dispõe de uma força policial autonómica, como a Catalunha, por exemplo. Pelo que terá de solicitar o apoio da delegação do Governo central, que tutela a Polícia Nacional e a Guarda Civil, tendo em vista a fiscalização do cumprimento das restrições. O recurso a meios do exército não está excluído.

Isabel Díaz Ayuso vai reunir-se na próxima segunda-feira com o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez. A governante madrilena promete procurar “um espaço de colaboração”, admitindo necessitar da “força do Estado”.

Precisamos de ajuda por parte do Governo da nação e por isso estamos muito convencidos de que, se seguirmos esta linha, vamos consegui-lo. As duas administrações vão trabalhar unidades para os contágios não cresçam. O Governo de Espanha não vem tutelar, mas colaborar com a Comunidade de Madrid”, enfatizou.

Espanha reportou esta sexta-feira 14.389 novos casos de Covid-19, mais dois mil face à véspera. Ascende assim a 640.040 o total de infetados no país vizinho desde o início da pandemia. O Ministério espanhol da Saúde registou ainda mais 90 mortes em 24 horas, aumentando o total para 30.495.
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