Macron esperado na Casa Branca no início da próxima semana
O presidente francês deverá rumar a Washington “no início da próxima semana” para uma reunião na Casa Branca. A indicação sobre a viagem de Emmanuel Macron foi avançada pela France Presse, com a agência a apontar a informação a um responsável da Administração, anúncio que ocorre após a segunda mini-cimeira promovida pelo presidente francês no Palácio do Eliseu, em Paris.
Num momento da história que é impossível esconder a precariedade da diplomacia da União Europeia, o presidente francês continuava esta tarde a convocar líderes europeus para cimeiras-relâmpago de discussão da Ucrânia enquanto Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, estabelecem os termos do que tanto pode ser um armistício como um cessar-fogo, mas que se adivinha já como uma capitulação total da Ucrânia, de Volodymyr Zelensky e de uma Europa ultrapassada pelos acontecimentos quase desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.
Depois de ter recebido no Eliseu os principais líderes da União Europeia, das Nações Unidas e o chefe do governo britânico, Keir Starmer, o presidente Emmanuel Macron convocou para a tarde desta quarta-feira os restantes líderes europeus e também o primeiro-ministro do Canadá.
Um sinal da fragilidade da posição europeia pode estar desde logo na lista de presenças: apenas o presidente da Roménia e o primeiro-ministro do Luxemburgo se terão deslocado à capital francesa de uma lista de vinte participantes, com os restantes, incluindo o chefe do Governo português, Luís Montenegro, a entrarem via videoconferência.
Apesar de o presidente ucraniano contestar a validade dessas conversas, que deixam também Kiev fora das decisões sobre o seu território, Washington e Kremlin parecem já ter decidido a divisão dos despojos do conflito.
Perspetiva-se ainda um encontro face a face entre Trump e Putin antes que acabe Fevereiro. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, adiantou mesmo que as conversações entre os chefes das diplomacias dos dois países, Marco Rubio e Sergei Lavrov, na Arábia Saudita foram “um passo muito, muito importante” para um “acordo pacífico”.
Macron sublinhou que Paris e os seus parceiros compartilham “o objetivo, que é também o do presidente DonaldTrump, de pôr fim à guerra de agressão travada pela Rússia há quase três anos”.
“A Ucrânia deve estar sempre associada e os seus direitos respeitados; a paz deve ser sustentável e acompanhada de garantias sólidas e credíveis; as preocupações dos europeus em matéria de segurança terão de ser tidas em conta”, acrescentou o presidente francês, que lidera esta fileira europeia a correr em paralelo ao binómio Washington-Kremlin.
Emmanuel Macron sublinhou igualmente “a necessidade de aumentar as nossas despesas e capacidades em matéria de defesa e segurança para a Europa e cada um dos nossos países”.
No Eliseu compareceram numa “reunião informal por videoconferência” na presença do presidente interino da Roménia, Ilie Bolojan, os chefes de Estado ou de governo de Bélgica, Grécia, Eslovénia, República Checa, Bulgária, Croácia, Letónia, Lituânia, Noruega, Suécia, Finlândia e Canadá.