Macron com Zelensky. França anuncia mais dois mil milhões de euros em apoio militar à Ucrânia

por Joana Raposo Santos - RTP
Foto: Benoit Tessier - Reuters

O presidente francês anunciou esta quarta-feira um reforço de dois mil milhões de euros em apoio militar à Ucrânia. Lado a lado com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Paris, Emmanuel Macron aproveitou para condenar o "desejo de guerra" da Rússia e avisou que Moscovo não pode "ditar as condições para uma paz duradoura".

“Continuaremos a estar determinados ao lado da Ucrânia. É do interesse do continente europeu e da nossa segurança. Há três anos que a Ucrânia enfrenta um combate que ultrapassa as suas fronteiras”, começou por declarar Emmanuel Macron numa conferência de imprensa conjunta, depois de ter estado reunido com o líder ucraniano.

Referindo-se às negociações para a paz lideradas pelos Estados Unidos, Macron afirmou que “há algumas semanas que estamos numa fase decisiva para conseguir pôr termo a esta guerra de agressão conduzidas pela Rússia, uma iniciativa do presidente Donald Trump, que pretende o mais rapidamente possível chegar a uma diminuição e depois a uma cessação das hostilidades e que nos pode ajudar a chegar a uma paz sólida”. Telejornal, 26 de março de 2025

Defendendo o “apoio continuado à Ucrânia”, Emmanuel Macron anunciou que a França vai conceder dois mil milhões de euros em apoio militar a Kiev.

Estes dois mil milhões de euros de apoio extra fazem parte de uma primeira tranche com vista a mobilizar também amanhã todos os parceiros para continuarmos este apoio imediato à Ucrânia”, explicou o presidente francês, referindo-se à cimeira que decorre quinta-feira em Paris.

Essa cimeira contará com a presença de vários países que procuram dar garantias de segurança à Ucrânia. Durante o encontro, o presidente francês tentará mobilizar os parceiros para aumentar o apoio militar à Ucrânia.

Falando acerca de garantias no âmbito de um acordo de paz, Macron sugeriu uma “reserva estratégica para ajudar a dissuadir qualquer nova agressão” por parte da Rússia.

Considerando que a Rússia está a demonstrar o seu “desejo de guerra” ao colocar entraves a uma trégua, Emmanuel Macron defendeu que Moscovo aceite um cessar-fogo de 30 dias sem “condições prévias”.

“A Rússia não pode ditar as condições para uma paz duradoura na Ucrânia”, declarou o líder francês.
Zelensky fala em "momento decisivo"

Numa declaração mais breve, Volodymyr Zelensky agradeceu o “apoio constante” da França, incluindo o anunciado apoio de dois mil milhões de euros.

“Há muitas coisas que são importantes para a segurança da Europa e de todos os nossos cidadãos”, declarou. “Este é o momento decisivo para o mundo. A forma como hoje os líderes desenharem a segurança na Europa terá impacto em muitas gerações vindouras”.

“Nós estamos a trabalhar na proteção contra a agressão da Rússia, numa paz duradoura e na segurança da Europa”, acrescentou Zelensky.

O presidente ucraniano referiu que os caças Mirage fornecidos pela França são “um elemento-chave” na segurança aérea da Ucrânia, que pode assim “defender-se dos jatos e drones russos”.
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