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Lula diz que não recebeu "informações corretas" sobre os ataques em Brasília

por Lusa

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse hoje não ter recebido "informações corretas" por parte do ministro da defesa relativamente à tentativa de golpe de Estado que acabou por acontecer no dia 08 de janeiro de 2023.

Em declarações ao jornal O GLOBO, Lula da Silva recordou que o ministro da Defesa, que tomou posse a 01 de janeiro desse ano, lhe assegurou que a situação do acampamento dos radicais estacionado à porta do quartel general em Brasília "estava tranquilo" e, por isso, decidiu visitar a cidade de Araraquara, no estado de São Paulo, que tinha sido atingida por chuvas severas.

"Antes de viajar para São Paulo, conversei com o ministro Múcio, ele disse que estava tranquilo, que as pessoas iam sair. Viajei tranquilo", afirmou o Presidente brasileiro, garantindo que não lhe passava pela cabeça que "ia ser pego de surpresa com aquela manifestação".

"Sinceramente, não tive as informações corretas que tinha possibilidade de acontecer aquilo. Tinha informação de que acampamentos estavam acabando, mas depois tive informação que, no sábado, começou a chegar gente de ônibus [autocarros] nos acampamentos. Não imaginei que pudessem chegar à invasão", frisou.

Milhares de apoiantes do ex-presidente invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, à semelhança do ocorrido nos Estados Unidos por partidários do então ex-presidente Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 06 de janeiro de 2021.

Na mesma entrevista, Lula da Silva denunciou, sem apresentar provas, a existência de um pacto entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a Polícia do Distrito Federal e a Polícia do Exército no dia dos ataques à capital do país, a 12 de dezembro de 2022, que antecederam os ferozes ataques de 08 de janeiro de 2023.

Nesse dia, alguns radicais atacaram durante a noite a sede da Polícia Federal, na tentativa de libertar radicais detidos e queimaram vários veículos.

"Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República, o governador de Brasília  e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF (Distrito Federal). Isso havia, inclusive com policiais federais participando. Ou seja, aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse", denunciou ao jornal O GLOBO.

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