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Lula da Silva viajou para a COP27 em avião de amigo milionário acusado de corrupção

por RTP
Lula da Silva com a ministra espanhola da Energia e Ambiente, Teresa Ribera. Sedat Suna - EPA

Lula da Silva viajou para a Cimeira do Clima da ONU na passada segunda-feira no avião privado do empresário Seripieri Filho. O presidente brasileiro eleito está a ser fortemente criticado por opositores.

Lula da Silva viajou para o Egito na aeronave Gulfstream juntamente com a mulher, com a socióloga Rosângela Silva e com o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

O jornal Folha de S. Paulo adiantou que o avião privado em que seguiam pertence a Seripieri Junior, o fundador da Qualicorp, um dos planos de saúde privados mais conhecidos do Brasil.

O empresário foi preso em 2020, no âmbito da investigação "Lava Jato Eleitoral" por ter financiado ilegalmente a campanha do senador José Serra, em 2014. Seripieri foi acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e caixa dois (passagem de dinheiro não declarado) pela Justiça Eleitoral de São Paulo. O milionário confessou o crime eleitoral. 

Lula e Seripieri são amigos há cerca de dez anos. O empresário foi um dos primeiros apoiantes da candidatura presidencial do líder histórico do PT. Seripieri foi um dos maiores doadores privados da campanha eleitoral deste ano, de acordo com os registos do Tribunal Superior Eleitoral: no total doou 1,86 milhões de reais (338,5 mil euros).

O presidente eleito está a ser alvo de fortes críticas sendo que uma das promessas que fez na sua campanha foi a de desfazer grande parte dos danos ambientais causados por Jair Bolsonaro.

O ministro do Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, sem mencionar nomes, criticou, em discurso na COP27, os "líderes políticos, filantropos e empresários que vieram para a conferência da ONU para mudanças climáticas com jatinhos particulares".

Wellington Dias, coordenador de transição de Lula, explicou em entrevista que não tendo o PT condições para alugar um avião privado, Lula da Silva optou por pedir uma "boleia" a título pessoal.

A opção de voar num avião comercial foi descartada por não estarem reunidas condiçõs de segurança, de acordo com Wellington Dias. O coordenador de transição recordou que havia uma forte possibilidade de Lula da Silva ser atacado pelos "inflamados" apoiantes de Bolsonaro, uma vez que alguns dos quais "manifestaram abertamente o desejo de o ver morto".



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