O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, disse esta quinta-feira em Tóquio que “só pode esperar que se faça justiça” no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado.
Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal do Brasil proferiu uma decisão histórica, que expõe o ex-presidente Bolsonaro a uma pesada pena de prisão e mina as suas ambições de voltar ao poder.
“Ele não tem como provar a sua inocência”, disse Lula, acrescentando que, se Bolsonaro ”for considerado inocente neste caso, que seja declarado inocente. Se ele for considerado culpado, que seja punido”.
Bolsonaro defende-se
Ausente da audiência na quarta-feira, o ex-presidente de extrema-direita (2019-2022) disse a jornalistas em Brasília que rejeita as acusações “muito graves e infundadas”.
“Parece que têm algo pessoal contra mim”, afirmou.
Ameaçado com uma pena cumulativa que pode ultrapassar os 40 anos de prisão, Bolsonaro afirmou ser vítima da “maior perseguição política e judicial da história do Brasil”.
Nostálgico confesso da ditadura, o ex-capitão do exército, de 70 anos, é acusado pelos procuradores de ser o “líder” de uma “organização criminosa” que engendrou uma conspiração para se manter no poder “a todo o custo” após as eleições de outubro de 2022, que acabou por perder para o atual presidente de esquerda, Lula da Silva.