Lula critica parlamentares que vetaram taxação ao sistema financeiro

O Presidente brasileiro criticou hoje a retirada da votação na Câmara dos Deputados de um projeto que taxaria rendimentos de aplicações financeiras e apostas desportivas, que retirava "dinheiro dos ricos e distribuindo para os pobres".

Lusa /

"Derrotaram a possibilidade de melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro, tirando mais dinheiro dos ricos e distribuindo para os pobres. Foi isso que aconteceu ontem no Congresso Nacional", disse Lula da Silva, em entrevista à Rádio Piatã.

Na quarta-feira à noite, os partidos de centro-direita, da direita conservadora e da direita radical inviabilizaram a votação de um projeto, que caducou hoje, que previa taxas, entre 12% e 18%, sobre operações financeiras de grandes empresas, bancos, empresas de apostas eletrónicas e fintechs.

Esta medida que previa arrecadar 2,74 mil milhões de euros em 2026 pretendia compensar uma medida aprovada na semana passada na Câmara dos Deputados que isenta do imposto sobre o rendimento quem aufere até 5.000 reais (806 euros) por mês, o que representará um custo para os cofres públicos estimado em cerca de 2,42 mil milhões de euros anuais.

"Nós estávamos propondo uma [taxa] de 18%, foi negociado para as [empresas de apostas eletrónicas] pagarem apenas 12%, ainda assim eles não quiseram e se recusaram pagar", criticou Lula da Silva.

"É engraçado que o povo trabalhador paga 27,5% de imposto de renda do seu salário e os ricos não querem pagar 12%, não querem pagar 18%", disse Lula da Silva.

Ainda assim, o chefe de Estado brasileiro garantiu que para a próxima semana vai reunir-se com o Governo para discutir a forma como poderá introduzir mais impostos ao sistema financeiro.

"Eu vou reunir o Governo para discutir como é que a gente vai propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs - que tem fintech hoje maior do que banco - que elas paguem o imposto devido a esse país", sublinhou.

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