Foto: Michael Reynolds - EPA
"Não me lembro de uma aliança tão forte", reagiu o primeiro-ministro ao sublinhar os 75 anos de existência da NATO, no encerramento das celebrações do aniversário com uma cimeira em Washington, Estados Unidos.
Luís Montenegro reconheceu que "o desafio mais imediato é a defesa da Ucrânia", mas frisou que a Nato não se esgota "na ameaça" mais premente sendo uma "força de dissuasão" também "noutras geografias" e em novos cenários, como "ciberataques e campanhas de desinformação".
"Dentro da componente de incremento da despesa na área da defesa, está também previsto o investimento nos recursos humanos. Isso passa por várias decisões, desde a valorização das condições de apoio a ex-combatentes, até incentivos para tornar mais atrativa a carreira militar e, naturalmente, atualizações remuneratórias", respondeu.
Montenegro salientou que o Governo já tinha "assumido o compromisso de encetar esse trabalho" depois de alcançar um acordo com as forças de segurança.
"Como sabem, foi alcançado esta semana e, portanto, tranquilamente, vamos, com certeza, com a liderança do sr. ministro da Defesa Nacional, fazer os contactos que são necessários para poder pôr esse processo em marcha", disse.O primeiro-ministro deixou "uma palavra de grande reconhecimento à paciência" e à contenção dos militares.
"Muitas vezes não seria fácil enfrentar, do ponto de vista público, um processo que estava ali a correr ao lado e que, de forma indireta, também lhes dizia respeito. Mas eu anotei como um indício, que não é novidade para mim, de uma postura responsável, de uma postura ao nível daquilo que se espera de quem representa a autoridade do Estado", elogiou.
Questionado se a valorização dos salários dos militares poderá estar em linha com o que foi dado aos polícias -- um aumento de cerca de 300 euros -, o primeiro-ministro não se quis comprometer com valores.
"Eu não me vou estar a comprometer com um quantitativo, vou apenas dizer que o Governo está empenhado na valorização remuneratória dos militares, nesta tripla dimensão de dar apoio aos ex-combatentes, tornar atrativo o recrutamento para as Forças Armadas e dar justiça a critérios de remuneração e produção nas carreiras", disse.
Montenegro vincou que este esforço será feito "não comprometendo o equilíbrio das contas públicas", e deixou um recado implícito ao anterior Governo do PS.
"Também não seremos daqueles que guardarão a colheita de impostos que possa acontecer por parte das pessoas e das empresas, impondo sacrifícios injustificados a quem serve o Estado e, através do Estado, serve os cidadãos e serve a nossa sociedade", frisou.
c/ Lusa