Lucros de petrolíferas poderiam financiar a transição energética

por Cristina Santos - RTP
Exploração de petróleo em Baku, Azerbaijão Orkhan Farmanli - Unsplash

A Global Witness, organização não-governamental (ONG) britânica, afirma que as 30 maiores empresas de petróleo e gás do mundo registaram uma média de 400 mil milhões de dólares por ano desde que o Acordo de Paris foi assinado em 2015.

Excluindo as empresas com sede em países em desenvolvimento, os lucros de 30 das mais rentáveis empresas petrolíferas poderiam financiar esses países e ajudar na transição energética e com as consequências dos desastres climáticos. Esta ONG lembra que o mundo já está a pagar a crise climática, “as pessoas (…) estão a pagar com a sua saúde, com as suas casas e meios de subsistência”.

A indústria dos combustíveis fósseis é o “setor que está a arrecadar milhares de milhões e que evita a responsabilidade” nas alterações climáticas. “É hora de acabar com essa injustiça. Precisamos de milhares de milhões de dólares para lidar com os impactos climáticos”. Para a Global Witness, “as grandes empresas petrolíferas são das mais ricas do planeta. É altura de pagarem a sua parte para reparar os danos que causaram”.
Outra ONG, Urgewald, garante que a produção do setor do petróleo e gás atingiu o recorde absoluto em 2023. O relatório, apresentado na terça-feira, demonstra que este setor gasta anualmente, em média, “61,1 mil milhões de dólares na exploração”, em gás e petróleo.

Estão identificadas 1.769 empresas ativas nesta indústria, dominando 95 por cento da produção global de hidrocarbonetos, afirma a Urgewald.
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