A exploração de lítio tem vindo a crescer por, alegadamente, ser um recurso precioso para travar o aquecimento global. Contudo, vários ambientalistas e membros de comunidades indígenas condenam os investimentos milionários que têm sido feitos, alertando para as desvantagens associadas à extração mineira.
O governo americano tem feito esforços para incentivar a produção de peças de energia limpa por acreditar ser algo fundamental para enfrentar a clise climática que se vive a nível global. Até ao momento, Joe Biden já distribuiu mais de 370 mil milhões de dólares em créditos fiscais para projetos com energias renováveis, os quais o presidente acredita que “vão alimentar o futuro”. A administração do país espera que até 2030 metade dos carros vendidos nos Estados Unidos sejam elétricos.
Apesar de o projeto americano ser ambicioso, o país produz apenas 1% do lítio mundial. A maior parte da produção realiza-se no Chile e na Austrália.
A Agência Internacional de Energia estima que a procura global de lítio vai aumentar mais de 40 vezes até ao ano de 2040 se os países cumprirem os objetivos que estipularam no Acordo de Paris, de reduzirem a utilização de combustíveis fósseis e as emissões de gases poluentes para a atmosfera.
A proliferação da exploração do minério tem indignado vários ambientalistas e membros de comunidades indígenas. Apesar de ser uma tecnologia que mitiga alguns problemas associados à extração de combustíveis fósseis, como a poluição do ar e a emissão de gases de efeito estufa, cria outras complicações.
Como qualquer outra operação de mineração, a extração do lítio tem repercussões no ambiente. Um estudo publicado na revista científica Environmental Earth Sciences concluiu que a atividade de extração do lítio tem, efetivamente, impacto na qualidade no ar, uma vez que, na investigação, foram identificadas partículas nocivas, como dióxido de nitrogénio.
A exploração do minério é, normalmente, realizada a céu aberto, o que leva a uma forte intrusão na paisagem natural. Além disso, deteriora o solo e destrói ecossistemas, devido às escavações feitas, o que causa um forte impacto na conservação da fauna e da flora das regiões exploradas. Os solos são afetados, devido aos derrames de combustíveis e óleos lubrificantes ligados à circulação de equipamentos e os cursos de água, por sua vez.
Os ambientalistas compreendem que o investimento no lítio é, hoje em dia, algo indispensável para o desenvolvimento económico de um país, uma vez que a sua exploração está a conduzir as nações desenvolvidas a um aumento do Produto Interno Bruto, ao mesmo tempo que cria vários postos de trabalho, direta e indiretamente. Contudo, defendem que esta atividade consegue ser muito prejudicial no que concerne ao impacto que tem no ambiente e pedem que a procura de mecanismos de armazenamento de energia mais sustentáveis não obrigue ao sacrifício de outros valores naturais.