Liga Guineense Direitos Humanos pede afastamento de agressores de jornalista da Lusa

por Lusa

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, defendeu hoje que os agentes da polícia que agrediram no domingo o repórter de imagem da Lusa em Bissau devem ser responsabilizados e "eventualmente" afastados da corporação.

"É a única forma de mostrar que o Estado não compactua com esse tipo de comportamento", enfatizou o jurista Bubacar Turé.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos reagiu ao incidente ocorrido no domingo com um repórter de imagem da Lusa, agredido por elementos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e obrigado a apagar as imagens na sua câmara.

O profissional tinha acabado de captar imagens da chegada ao país do líder da Assembleia Nacional Popular (ANP, parlamento guineense), Domingos Simões Pereira, após sete meses no estrangeiro.

Para Bubacar Turé, a agressão aos jornalistas por parte de elementos das forças de segurança, "tem sido motivada pelo discurso de ódio" de altos dignitários do país, uma situação que disse só poderá ser revertida se houver "mão dura".

"Os agentes que agrediram o jornalista da Lusa devem ser responsabilizados em duas dimensões. Primeiro, devem ser sujeitos a um procedimento interno do Ministério do Interior, que poderá culminar com o seu afastamento da corporação e segundo uma responsabilização judicial", afirmou Turé.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos disse compreender a manifestação de solidariedade das "altas figuras do Estado", mas afirmou que isso só não é suficiente "perante a gravidade da situação".

Bubacar Turé observa que sem a liberdade de imprensa e de expressão, não se pode pensar em democracia e nos direitos humanos na Guiné-Bissau.

"A Liga condena, sem reservas, mais um ataque à liberdade de imprensa" na Guiné-Bissau e espera que os autores da agressão ao repórter de imagem da Lusa "sejam exemplarmente responsabilizados".

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