O primeiro-ministro italiano anunciou esta terça-feira que Malta irá receber o navio Lifeline. A embarcação encontra-se há mais de uma semana no Mediterrâneo com 234 migrantes a bordo, após Itália ter recusado o desembarque no seu porto.
“A Itália vai fazer a sua parte e receber alguns dos migrantes que estão a bordo do Lifeline, na esperança que outros países europeus façam o mesmo”, declarou.
Acrescentou que, depois desta etapa, o navio será confiscado e o comandante investigado por alegadamente ter ignorado as instruções para deixar os migrantes com a guarda costeira líbia.
A organização não-governamental alemã Lifeline, responsável pelo navio, agradeceu a oferta de Malta, mas declarou no Twitter que “agora é necessário que os países da União Europeia recebam as pessoas”.
A Lifeline criticou ainda o facto de apenas ter tido conhecimento do destino da embarcação através desta rede social. “Há dias que temos de ler no Twitter o que nos vai acontecer. Praticamente não recebemos nenhuma mensagem direta”, afirmou.
For days now we have to read on Twitter what happens to us. Hardly any direct message. Now we read, that we are allowed to enter Malta. We. welcome Maltese support, but we now need EU countries to welcome the people. That was what Malta asked for, and that is what we asked for. pic.twitter.com/7WCLIoA96k
— MISSION LIFELINE (@SEENOTRETTUNG) 26 de junho de 2018
Não se sabe ainda em que data o navio chegará ao seu novo destino.
Malta lançou um comunicado em que afirma que tem participado em discussões com Bruxelas para encontrar uma solução diplomática que envolva “a responsabilidade partilhada por um número de Estados-membros”.
A rota marítima até Itália tem sido a principal utilizada por migrantes que pretendem ir de África até à Europa. A organização Lifeline afirmou que uma das pessoas a bordo teve de ser evacuada por razões médicas e que as condições no navio estão a piorar a cada dia.
João Pimenta Lopes, eurodeputado português do PCP, esteve a bordo do navio e falou com os migrantes. Segundo Lopes, a maioria deles encontra-se em condições de “requerer asilo ao território europeu”.
“São pessoas que há mais de um ano procuram chegar a um sítio de segurança”, acrescentou.