Líderes políticos timorenses recordam papel histórico de Max Stahl

por Lusa

O secretário-geral do maior partido timorense (Fretilin) manifestou hoje as suas condolências pela morte de Max Stahl, sublinhando o papel especial tanto na cobertura do massacre de Santa Cruz, como na recolha de um arquivo histórico.

"Max Stahl merecia um tratamento especial no nosso país, não apenas pela cobertura que fez ao 12 de novembro, mas também pela forma como continuou a fazer trabalho de mérito para o nosso país", disse Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), em declarações à Lusa.

"Esse foi um importante trabalho de memória histórica. No futuro, quem queira fazer o registo da história, terá esses registos serão muito uteis. A forma como se entregou a este trabalho é de destacar", recordou.

Mari Alkatiri defendeu que o Estado deve agora avançar com o processo de concessão de nacionalidade originária a Timor-Leste, depois da decisão de 2019 do Parlamento Nacional de lhe atribuir a nacionalidade timorense.

E disse que há já um projeto de decreto para "criar um Instituto Max Stahl para poder herdar todo o trabalho que fez em termos de cobertura, registo e arquivo da resistência".

Já Mariano Sabino, presidente do Partido Democrático (PD), considerou a morte de Stahl a perda de "um grande amigo dos timorenses", que "será sempre lembrado nas páginas da história de Timor pelo heroico e histórico contributo que fez estremecer o mundo com a tragédia de Santa Cruz em 1991".

Max Stahl - jornalista que filmou o massacre de Santa Cruz a 12 de novembro de 1991 -, morreu esta quarta-feira, vítima de doença prolongada, num hospital na cidade australiana de Brisbane.

Foi condecorado em Timor-Leste com o Colar da Ordem da Liberdade, o mais alto galardão que pode ser dado a um cidadão.

Christopher Wenner, que começou a ser conhecido como Max Stahl, iniciou a sua ligação a Timor-Leste a 30 de agosto de 1991 quando, "disfarçado de turista", entrou no território para filmar um documentário para uma televisão independente inglesa.

Entrevistou vários líderes da resistência e, depois de sair por causa do visto, acabou por regressar, entrando por terra, acabando, a 12 de novembro desse ano por filmar o massacre de Santa Cruz.

Mensagens de condolências dominam as redes sociais em Timor-Leste, com fotos de vários períodos da vida do jornalista e documentalista a marcarem os perfis de cidadãos comuns, líderes nacionais e outros.

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