Liderança do partido de Xanana Gusmão desmarca-se de declarações da bancada no parlamento timorense

por Lusa
Antonio Dasiparu, EPA

A Comissão Política Nacional do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), de Xanana Gusmão, desmarcou-se hoje da bancada do partido no parlamento, a pedir um diálogo mediado pelo chefe de Estado com a Fretilin.

"A conferência de imprensa dos deputados do CNRT no dia 5 de maio de 2020 no parlamento nacional não teve qualquer orientação ou decisão do partido", indicou a Comissão Política Nacional (CPN) do CNRT, num comunicado enviado à Lusa.

"A CPN considera que a declaração dos deputados do CNRT constituem apenas atos individuais e não representam a posição do partido", referiu a mesma nota assinada pelo segunda vice-presidente do partido, Virgílio Smith, e pelo secretário-geral adjunto, Jacinto Rigoberto.

Na terça-feira, a bancada parlamentar do CNRT pediu, em conferência de imprensa e em comunicado, ao Presidente do país, Francisco Guterres Lu-Olo, para promover um diálogo com a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin), o partido com maior representação no parlamento, para solucionar o impasse político.

Hoje, o partido afirmou que vai tomar medidas e chamar à responsabilidade os deputados.

"A CPN irá tomar medidas e pedir a responsabilidade aos deputados do CNRT pela conferência de imprensa de 05 de maio de 2020. A CPN e a estrutura do partido reafirmam a sua confiança sem reserva no presidente do CNRT, Xanana Gusmão", indicou.

O CNRT conta 21 deputados e a Fretilin 23, num total de 65 deputados. Eleito em 2017, Lu-Olo nunca abandonou oficialmente o cargo de presidente da Fretilin.

No comunicado de hoje, a CPN reafirmou as decisões tomadas na reunião de 30 de abril, em que mandatou e autorizou o líder do partido, Xanana Gusmão, "para representar o partido para tomar qualquer medida ou decisão relativa à atual situação política".

Reafirmou ainda o apoio à decisão de apresentar por 19 deputados ao Tribunal de Recurso um pedido de fiscalização abstrata da constitucionalidade de várias ações do Presidente timorense nos últimos meses.

"A presente ação tem por objeto a declaração judicial da existência de violação clara e grave das obrigações constitucionais do Presidente da República", de acordo com o texto da ação.

 

 

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