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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Líder reformista do Reino Unido insta Zelensky a chegar a acordo com a Rússia

por RTP
Chris J. Ratcliffe - Reuters

O líder do Partido Reformista do Reino Unido, Nigel Farage, voltou a gerar polémica depois de instar o presidente ucraniano, Voldyzmyr Zelensky, a procurar um acordo de paz com a Rússia.

Em declarações aos jornalistas esta quarta-feira, o líder reformista britânico disse que o presidente ucraniano deve repensar o objetivo de recuperar todo o território perdido com a invasão da Rússia, considerando que tal missão seria “incrivelmente difícil”.

Nigel Farage instou, por sua vez, Volodymyr Zelensky a chegar a um acordo com Vladimir Putin, “caso contrário não haverá mais jovens na Ucrânia”.

O líder do Partido Reformista já tinha gerado indignação depois de, no passado sábado, ter afirmado que o Ocidente provocou a invasão da Ucrânia por parte da Rússia.


“Nós provocámos esta guerra”, disse Farage, afirmando que em 2014 já tinha alertado para uma potencial guerra na Ucrânia devido à expansão da NATO e da União Europeia para leste.

“Para mim, era óbvio que a expansão cada vez maior da NATO e da União Europeia estava a dar a este homem [Vladimir Putin] uma razão para que o seu povo russo dissesse: `Estão a vir atrás de nós outra vez´ e entrasse em guerra”, disse o líder reformista.


“É claro que a culpa é dele – ele usou o que nós fizemos como desculpa”, acrescentou.

As declarações provocaram indignação nos partidos Conservador e Trabalhista no Reino Unido, com muitos políticos a descrevê-lo como um apologista de Putin.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que era “completamente errado” dizer que o Ocidente provocou Putin para lançar uma invasão total da Ucrânia e acrescentou que estas declarações eram “perigosas para a segurança da Grã-Bretanha e dos seus aliados”.

“Ele [Fragae] apenas joga a favor de Putin”, disse Sunak.

Num discurso durante um comício, na terça-feira, Nigel Farage rejeitou ser um apologista de Putin, embora tenha admitido que o admira “como operador político”.

“De alguma forma, sou considerado um apologista de Putin, o que é claro que não sou. O que ele fez na Ucrânia é repreensível”, disse.

“O Daily Mail de Sua Majestade decidiu que sou uma das piores pessoas que já nasceu só porque me levantei há mais de dez anos e disse que a expansão para leste da NATO e da União Europeia seria usada por um ditador perigoso como motivo para ir à guerra”, argumentou.

“Eu apenas disse para não provocarem o urso porque se o fizessem iam obter um resultado muito previsível”, acrescentou.

O Reino Unido vai a eleições a 4 de julho. O partido anti-imigração e anti-sistema de Farage está a registar um avanço nas sondagens, aproximando-se do Partido Conservador, no poder há 14 anos.
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