O líder de Taiwan, William Lai Ching-te, vai visitar os países insulares do Pacífico que mantêm relações diplomáticas com Taipé - Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau - visando reforçar os laços, face à crescente pressão da China.
Lai, considerado um independentista e um agitador pelas autoridades de Pequim, vai visitar estes territórios com uma delegação que inclui o ministro dos Negócios Estrangeiros, Lin Chia-lung, o secretário-geral da Presidência, Pan Men-an, e o chefe do Conselho dos Assuntos Oceânicos, Kuan Bi-ling, segundo informações da Presidência de Taiwan.
Lai parte de Taiwan no dia 30 de novembro e, em 3 de dezembro, iniciará o programa oficial de atividades nas Ilhas Marshall, onde deve encontrar-se com a presidente, Hilda Heine, e o líder da Câmara dos Representantes, Brenson Wase, bem como proferir um discurso perante o parlamento.
Em 04 de dezembro, Lai estará em Tuvalu e reunir-se-á com o primeiro-ministro Feleti Teo e o governador-geral Tofiga Falani, visitando também uma escola primária.
Um dia depois, a 05 de dezembro, o dirigente taiwanês deslocar-se-á a Palau, onde será recebido pelo Presidente do país insular, Surangel Whipps Jr, e discursará perante o parlamento local.
Depois de participar na cerimónia de inauguração de um edifício governamental e de almoçar com o líder palauense, Lai terminará a sua viagem e regressará a Taiwan no dia 06 de dezembro.
Em conferência de imprensa, a porta-voz da presidência, Karen Kuo, disse que os principais objetivos da viagem são partilhar as experiências de Taiwan em matéria de "resiliência económica", aprofundar a cooperação em vários domínios e promover a sustentabilidade das relações diplomáticas com os três países.
Na mesma conferência de imprensa, o vice-ministro taiwanês dos Negócios Estrangeiros, Tien Chung-kwang, recusou-se a confirmar se Lai fará alguma paragem técnica nos territórios norte-americanos de Guam ou do Havai, algo que poderia perturbar as relações entre Pequim e Washington e aumentar a tensão no Estreito de Taiwan.
A viagem ao estrangeiro, a primeira desde que Lai assumiu funções em 20 de maio, terá lugar num contexto de crescentes divergências entre Taipé e Pequim, que considera a ilha parte inalienável do seu território.
Na sequência da suspensão das relações oficiais com a nação insular de Nauru, em 15 de janeiro, a ilha mantém o apoio diplomático de apenas 12 Estados: sete latino-americanos e caribenhos, três oceânicos, um africano (Essuatíni, antiga Suazilândia) e um europeu (Cidade do Vaticano).