Líder de gangue ameaça lançar guerra civil no Haiti

por Lusa
O Haiti vive dias difíceis Johnson Sabin - EPA

O líder de um grupo de crime organizado ameaçou lançar uma guerra civil no Haiti caso o primeiro-ministro Ariel Henry, que estava em Porto Rico, não se demita.

"Se Ariel Henry não renunciar, se a comunidade internacional continuar a apoiá-lo, caminharemos diretamente para uma guerra civil que levará ao genocídio", ameaçou Jimmy Chérizier, em conferência de imprensa.

De acordo com a ONU, cujo Conselho de Segurança impôs sanções a Chérizier, também conhecido como "Barbecue", antigo agente da polícia de 46 anos e líder do G9, alegadamente o grupo armado mais poderoso do Haiti.

"Devemos unir-nos. Ou o Haiti se torna um paraíso para todos nós, ou um inferno para todos nós", disse Chérizier, rodeado por homens encapuzados e equipado com um colete à prova de bala e uma arma.

No sábado, bandos armados atacaram as duas maiores prisões do Haiti, La Capitale e Croix des Bouquets, de onde terão fugido cerca de 3.600 reclusos, muitos deles líderes de bandos.

A fuga levou a uma nova escalada de violência que já provocou 15 mil deslocados nos últimos dias, disse na terça-feira o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.

As tensões começaram a 29 de fevereiro, depois de o primeiro-ministro das Bahamas, Phillip Davis, ter dito que Henry se tinha comprometido a realizar eleições até 31 de agosto de 2025, enfurecendo os líderes dos bandos que exigem a demissão do chefe do governo, que devia ter deixado o cargo no início de fevereiro.

Henry, a mais alta autoridade do país depois do homicídio, em julho de 2021, do presidente Jovenel Moise, aterrou em Porto Rico na terça-feira, disse a porta-voz do governo da ilha norte-americana, Sheila Anglero, à agência de notícias France-Presse.

 

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