O líder da oposição turca, Kemal Kiliçdaroglu, apelou hoje aos jovens para que, na segunda volta das eleições presidenciais salvem o país do "despotismo" e da "escuridão sem fundo".
"Queridos jovens: a primeira volta terminou. A principal verdade é que saiu das urnas uma mensagem de mudança. São mais os que querem mudanças neste país do que os que não querem", escreveu o social-democrata na rede social Twitter.
"Também está claro que nos cabe a nós lutar ainda mais para nos salvarmos de um governo tão despótico", destacou Kiliçdaroglu.
O líder da oposição obteve 45% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais turcas, realizadas no passado domingo, contra 49,5% do atual presidente, Recep Tayyip Erdogan, que lidera o país há 20 anos e perdeu a maioria absoluta pela primeira vez.
Nenhum dos candidatos conseguiu ultrapassar 50% dos votos, o que seria necessário para vencer as eleições logo na primeira volta.
Os restantes votos foram para o candidato nacionalista Sinan Ogan, que conseguiu atrair uma parte dos votos dos jovens.
Kiliçdaroglu criticou ainda o partido de Erdogan, o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), lembrando que este recebeu candidatos de duas formações ultraislâmicas que acusou de "torturadores" e de "tratarem as mulheres como objetos".
Destacou também a situação económica do país, afetado por uma forte inflação e pela rápida desvalorização da moeda.
O líder da oposição concluiu com a promessa de que depois da segunda volta, a 28 de maio, o país "sairá do túnel escuro".
Apesar de Erdogan ter perdido com este resultado a maioria absoluta que obteve em 2014 e que revalidou em 2018, o apoio recebido está bem acima do que as sondagens previam.
A missão de observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) assinalou que as eleições foram marcadas pela violação de alguns direitos e pelas vantagens de que gozam os candidatos governamentais.