Libaneses celebram nas ruas. Cessar-fogo entre Israel e Hezbollah em vigor

por RTP

Foto: Thaier Al-Sudani - Reuters

Está em vigor, desde a madrugada desta quarta-feira, o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. A notícia desta trégua trouxe alguma esperança aos libaneses, mas em Telavive lamenta-se que não se estenda a Gaza.

O cessar-fogo começou às 4h00 (2h00 em Lisboa e tem a duração de 60 dias. O acordo foi medidado pelos Estados Unidos e pela França, implicando a retirada, a partir desta quarta-feira, das forças israelitas do Líbano. Por outro lado, o movimento xiita libanês Hezbollah compromete-se a ir para norte do Rio Litani. Assim, os dois países libertam uma faixa que será patrulhada pelo exercito libanês e pelos capacetes azuis da UNIFIL.

Já depois do anúncio de cessar-fogo, as Forças de Defesa de Israel emitiram vários avisos: apelaram à evacuação dos subúrbios a sul da capital libanesa, Beirute, e prometeram responder em força a possíveis violações do acordo de trégua por parte do movimento apoiado pelo Irão.Na sequência do anúncio da trégua, houve protestos em Telavive por um cessar-fogo também na Faixa de Gaza que permita a libertação de reféns do movimento radical palestiniano Hamas.


O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirma que este é o momento certo para o cessar-fogo com o Líbano, enfatizando que "a duração vai depender do que acontecer" no país dos cedros. Quis também sustentar que "o Hezbollah nunca mais será o mesmo".
"Um papel de primeiro plano"

Na última noite, em comunicado conjunto, os presidente dos Estados Unidos e de França, Joe Biden e Emmanuel Macron, vieram sublinhar que o acordo vai "proteger" Israel da "ameaça" colocada pela milícia xiita libanesa e de "outras organizações terroristas que operam a partir do Líbano".

"Os Estados Unidos comprometem-se a desempenhar um papel de primeiro plano no apoio aos esforços desenvolvidos à escala internacional para reforçar as capacidades das Forças Armadas libanesas e favorecer o desenvolvimento económico em todo o Líbano, afim de promover a estabilidade e a prosperidade na região", afirma-se na nota.O Irão mostra-se recetivo ao acordo e afirma acolher as notícias do que considera ser "o fim da agressão de Israel contra o Líbano". O regime dos ayatollahs avisa também que vai manter "o apoio firme ao Governo libanês, à nação e à resistência".


A presidente da Comissão Europeia reagiu ao cessar-fogo na rede social X.


Ursula von der Leyen considera que as tréguas vão dar ao Líbano "a oportunidade de aumentar a segurança e estabilidade internas", dada a esperada redução da influência do Hezbollah.

O secretário-geral da ONU recorreu igualmente ao X para exortar, na última madrugada, ao respeito pelo cessar-fogo. António Guterres afirma esperar que o acordo ponha cobro à violência, à destruição e ao sofrimento das populações do Líbano e de Israel.

Também naquela rede social, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros veio agradecer os esforços de mediação por parte de França e dos Estados Unidos.


Lisboa considera que "este é um passo essencial para uma solução de paz e segurança" e apela a que o espírito de compromisso se propague a todo o Médio Oriente.
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