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Leonid Volkov. Aliado de Navalny atacado com martelo na Lituânia

por RTP
Gerhard Mey - Reuters

Leonid Volkov, ex-estratega e assessor de longa data do falecido líder da oposição russa Alexey Navalny, foi internado depois de ter sido atacado com um martelo à porta da sua casa em Vilnius, a capital da Lituânia. "Não vamos desistir", afirmou após a agressão que o deixou coberto de sangue.

Leonid Volkov é uma das figuras mais proeminentes da oposição russa. Foi antigo chefe de gabinete de Navalny e, até recentemente, presidente da sua Fundação Anticorrupção.

Na terça-feira à noite foi atacado com um martelo junto à sua residência.

Num vídeo publicado da rede social Telegram, Volkov alega que, para além de o ataque o ter deixado com um braço partido, foi também um “aviso característico dos caceteiros de Putin”.

“O homem atacou-me no quintal, bateu-me na perna umas 15 vezes. A perna de alguma forma está bem. Dói ao andar. Porém, parti o braço”, descreveu Volkov. “Eles literalmente queriam fazer de mim um schnitzel”, descreveu, referindo-se a um prato em que a carne é amolecida previamente a golpes de maço.

A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, deu o alerta do ataque no X, logo na noite de terça-feira: “Leonid Volkov acaba de ser atacado fora de sua casa. Alguém partiu a janela do carro e pulverizou gás lacrimogêneo nos olhos, depois o agressor começou a bater no Leonid com um martelo”.


A esposa de Volkov, Anna Biryukova, também publicou fotos dos ferimentos do marido nas redes sociais, incluindo um olho roxo, uma marca vermelha na testa e sangramento na perna, que tinha encharcado as calças jeans.


Publicação de Kira Yarmysh no X com Volkov a ser levado numa maca para a ambulância
Quem é Volkov
Leonid Volkov tem 43 anos e foi confidente próximo de Navalny, trabalhando como chefe de gabinete do falecido líder da oposição russa e como presidente da sua Fundação Anticorrupção, até 2023.

Volkov deixou a Rússia em 2019 sob pressão das autoridades e, dois anos mais tarde, o Kremlin ordenou um mandado de prisão.

Em 2023, o político russo lançou um projeto chamado “Máquina de Campanha de Navalny”, com o objetivo de contactar com o maior número possível de russos, por telefone ou online, e orientá-los contra Putin antes das eleições presidenciais de 15 e 17 de março.

Entretanto, Navalny, antes de morrer, instou os apoiantes a irem às urnas ao meio-dia de domingo, o último dia de votação, para demonstrar o descontentamento com o Kremlin.

Entre as várias ações nas últimas semanas, os aliados de Navalny e Volkov têm promovido a estratégia apelidada de “Meio-dia Contra Putin”.
“O principal risco agora é de todos sermos mortos"

Volkov, horas antes de ser agredido, declarou estar preocupado com sua segurança após a morte de Navalny, numa entrevista ao canal Meduza.

“O principal risco agora é que todos sejamos mortos. Ora, é uma coisa bastante óbvia”, respondeu o opositor.

A polícia lituana confirmou o ataque a Volkov e cercou a floresta de pinheiros perto da casa do agredido, na periferia norte de Vilnius, onde agentes com cães e lanternas percorreram as áreas. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, reagiu ao ataque, prometendo justiça: “As notícias sobre o ataque de Leonid são chocantes. As autoridades relevantes estão a trabalhar. Os perpetradores terão que responder pelos seus crimes”.

A Lituânia, membro da União Europeia, é o lar de muitos exilados russos. O país tem apoiado a Ucrânia desde o momento que a Rússia principioi a invasão deste país, em fevereiro de 2022.
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