Leonid Volkov, ex-estratega e assessor de longa data do falecido líder da oposição russa Alexey Navalny, foi internado depois de ter sido atacado com um martelo à porta da sua casa em Vilnius, a capital da Lituânia. "Não vamos desistir", afirmou após a agressão que o deixou coberto de sangue.
Leonid Volkov é uma das figuras mais proeminentes da oposição russa. Foi antigo chefe de gabinete de Navalny e, até recentemente, presidente da sua Fundação Anticorrupção.
Na terça-feira à noite foi atacado com um martelo junto à sua residência.
Num vídeo publicado da rede social Telegram, Volkov alega que, para além de o ataque o ter deixado com um braço partido, foi também um “aviso característico dos caceteiros de Putin”.
“O homem atacou-me no quintal, bateu-me na perna umas 15 vezes. A perna de alguma forma está bem. Dói ao andar. Porém, parti o braço”, descreveu Volkov. “Eles literalmente queriam fazer de mim um schnitzel”, descreveu, referindo-se a um prato em que a carne é amolecida previamente a golpes de maço.
A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, deu o alerta do ataque no X, logo na noite de terça-feira: “Leonid Volkov acaba de ser atacado fora de sua casa. Alguém partiu a janela do carro e pulverizou gás lacrimogêneo nos olhos, depois o agressor começou a bater no Leonid com um martelo”.
Leonid Volkov @leonidvolkov has just been attacked outside his house. Someone broke a car window and sprayed tear gas in his eyes, after which the attacker started hitting Leonid with a hammer. Leonid is now at home, police and ambulance are on their way to him
— Кира Ярмыш (@Kira_Yarmysh) March 12, 2024
Publicação de Kira Yarmysh no X com Volkov a ser levado numa maca para a ambulância
Quem é Volkov
Leonid Volkov tem 43 anos e foi confidente próximo de Navalny, trabalhando como chefe de gabinete do falecido líder da oposição russa e como presidente da sua Fundação Anticorrupção, até 2023.
Volkov deixou a Rússia em 2019 sob pressão das autoridades e, dois anos mais tarde, o Kremlin ordenou um mandado de prisão.
Volkov deixou a Rússia em 2019 sob pressão das autoridades e, dois anos mais tarde, o Kremlin ordenou um mandado de prisão.
Em 2023, o político russo lançou um projeto chamado “Máquina de Campanha de Navalny”, com o objetivo de contactar com o maior número possível de russos, por telefone ou online, e orientá-los contra Putin antes das eleições presidenciais de 15 e 17 de março.
Entretanto, Navalny, antes de morrer, instou os apoiantes a irem às urnas ao meio-dia de domingo, o último dia de votação, para demonstrar o descontentamento com o Kremlin.
Entre as várias ações nas últimas semanas, os aliados de Navalny e Volkov têm promovido a estratégia apelidada de “Meio-dia Contra Putin”.
“O principal risco agora é de todos sermos mortos"
Volkov, horas antes de ser agredido, declarou estar preocupado com sua segurança após a morte de Navalny, numa entrevista ao canal Meduza.
“O principal risco agora é que todos sejamos mortos. Ora, é uma coisa bastante óbvia”, respondeu o opositor.
A polícia lituana confirmou o ataque a Volkov e cercou a floresta de pinheiros perto da casa do agredido, na periferia norte de Vilnius, onde agentes com cães e lanternas percorreram as áreas.
“O principal risco agora é que todos sejamos mortos. Ora, é uma coisa bastante óbvia”, respondeu o opositor.
A polícia lituana confirmou o ataque a Volkov e cercou a floresta de pinheiros perto da casa do agredido, na periferia norte de Vilnius, onde agentes com cães e lanternas percorreram as áreas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, reagiu ao ataque, prometendo justiça: “As notícias sobre o ataque de Leonid são chocantes. As autoridades relevantes estão a trabalhar. Os perpetradores terão que responder pelos seus crimes”.
A Lituânia, membro da União Europeia, é o lar de muitos exilados russos. O país tem apoiado a Ucrânia desde o momento que a Rússia principioi a invasão deste país, em fevereiro de 2022.