O lançamento do Ano Europeu da Juventude 2022 esteve hoje em debate no Parlamento Europeu, com base nos resultados de um inquérito do Eurobarómetro aos jovens, que mostra as suas preocupações com a pobreza, o ambiente e o desemprego.
A intenção da distinção deste ano passa por honrar os jovens "pelos esforços empreendidos para superarem as dificuldades causadas pela Covid-19", lê-se no site do Conselho Europeu.
"Ao contrário do que é comum ouvir, os jovens também foram afetados pela pandemia, nos seus percursos escolares, no seu gosto pelo convívio e pela festa, e, claro, na sua entrada no mercado de trabalho", apontou, em comentário à Lusa, a eurodeputada do PS Maria Manuel Leitão Marques, sobre as razões que motivam a celebração deste ano.
Para a eurodeputada e presidente da Juventude do Partido Popular Europeu, Lídia Pereira, este "é um ato importante, mas que não pode ser meramente simbólico".
"Os jovens europeus querem uma Europa onde cada geração viva melhor que a geração anterior. E nós, políticos, devemos olhar para isto como uma regra central e colocar as esperanças e receios das próximas [gerações] no coração do que fazemos", reiterou à Lusa a eurodeputada do PSD.
O inquérito do Eurobarómetro, lançado em setembro, revela que os jovens consideram prioritário resolver problemas como o combate à pobreza e às desigualdades sociais (43%), o combate às alterações climáticas e a proteção do ambiente (39%) e a criação de emprego(37%).
Para a eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias, "a União Europeia (UE) não pode continuar a falar do importante papel dos jovens no combate às alterações climáticas, enquanto adia as metas para a eliminação das emissões" ou "da necessidade de dar esperança aos jovens, enquanto nada faz para combater a precariedade e novas formas de exploração laboral".
"Precisamos de uma UE que promova mais participação dos jovens, menos de uma UE que os queira usar como ano temático", disse à Lusa a eurodeputada bloquista.
Dos mais de 18.000 jovens ouvidos na UE, 87% diz estar envolvido em pelo menos uma atividade política ou cívica, no entanto mais de metade (53%) admite sentir que não tem muito ou nada a dizer sobre as decisões, leis e políticas que afetam as suas áreas de residência.
O inquérito mostra ainda que 55% dos jovens diz não perceber quase nada sobre a União Europeia e que apenas 23% dos jovens da UE confia nos líderes europeus, percentagem inferior aos 37% de jovens portugueses que confiam nos seus representantes.
Dos 564 jovens portugueses que responderam ao inquérito, a maioria (62%) vê no voto a forma mais eficaz de serem ouvidos pelos decisores políticos, mais de 20% do que a amostra geral dos jovens europeus (41%).
O Ano Europeu dos Jovens vai contar com conferências, eventos e campanhas de informação e promoção, que terão expressão em território nacional.