A guarda-costeira italiana recuperou o corpo de um recém-nascido num barco que transportava migrantes durante uma operação de resgate na ilha italiana de Lampedusa. A presidente da Comissão Europeia visitará a ilha este domingo, a convite da primeira-ministra italiana.
No início desta semana, um outro bebé de cinco meses morreu afogado durante uma operação de resgate ao largo de Lampedusa, depois de o barco que transportava migrantes do norte de África ter virado.
A ilha italiana é um dos principais destinos de milhares de migrantes vindos do norte de África e está no centro da crise migratória que assola a Europa. Só nos últimos três dias, mais de oito mil migrantes chegaram a Lampedusa, que tem cerca de seis mil habitantes.
No total, quase 126 mil migrantes chegaram a Itália este ano, quase o dobro do número registado o ano passado e o triplo de 2021.
O aumento de chegadas de migrantes gerou protestos em Lampedusa este sábado. Os residentes estão contra a construção de um novo acampamento para acolher os migrantes.
"Tenho dois filhos em casa. Nos últimos anos não me importava com esta questão. Mas agora tenho um instinto de proteção para com os meus filhos porque não sei o que acontecerá a Lampedusa no futuro", disse um dos manifestantes às agências.
"Lampedusa diz para parar! Não queremos acampamentos. Esta mensagem é para a Europa e para o governo italiano. Os residentes de Lampedusa estão cansados", disse outro manifestante.
Ursula von der Leyen visita Lampedusa
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajará este domingo para Lampedusa, aceitando o convite da primeira-ministra italiana, Georgia Meloni.
Meloni escreveu uma carta a Von der Leyen na sexta-feira, pedindo-lhe para visitar a ilha "para compreender pessoalmente a gravidade da situação".
Meloni apelou também à União Europeia para agir em conjunto "com uma missão naval, se necessário", para impedir que os migrantes atravessem o Mediterrâneo e pediu uma aceleração imediata da aplicação do acordo sobre migrações que Bruxelas assinou com a Tunísia em julho passado, que incluía uma assistência macrofinanceira de mais de mil milhões de euros.
A primeira-ministra italiana disse que o país estava sob uma “pressão insustentável” como resultado do agravamento da crise migratória.
Na sexta-feira, Meloni anunciou também um pacote de medidas para dissuadir os migrantes que tentam chegar a Itália de forma ilegal, que inclui, nomeadamente, o alargamento para 18 meses do período de permanência em centros de detenção para aqueles que aguardam o repatriamento, o máximo permitido por lei.
O vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, pediu na sexta-feira a intervenção da ONU em resposta à pressão migratória de África que está a aumentar significativamente por via marítima.
"Não devemos subestimar o que está a acontecer em África. Também discutiremos isso nas Nações Unidas", prometeu Tajani, à margem da assembleia anual da Confindustria, em Roma, onde prometeu que levará o tema para a sua viagem a Nova Iorque, onde deverá pedir a intervenção da ONU.
"São necessárias medidas para travar os fluxos migratórios", explicou Tajani, que falou na necessidade de encontrar forma de repatriamento de muitos dos imigrantes.
"Não devemos subestimar o que está a acontecer em África. Também discutiremos isso nas Nações Unidas", prometeu Tajani, à margem da assembleia anual da Confindustria, em Roma, onde prometeu que levará o tema para a sua viagem a Nova Iorque, onde deverá pedir a intervenção da ONU.
"São necessárias medidas para travar os fluxos migratórios", explicou Tajani, que falou na necessidade de encontrar forma de repatriamento de muitos dos imigrantes.
c/agências