Kremlin vai "consultar" populações sobre "fronteiras exatas" de regiões anexadas

por RTP
Reuters

A câmara baixa do Parlamento russo aprovou, esta segunda-feira, a legislação para anexar quatro territórios ucranianos ocupados pela Rússia, formalizando assim o processo de anexação. Embora o Ocidente e Ucrânia considerem que se trata de uma violação e de uma anexação ilegal, mesmo após os referendos, o Kremlin garante que vai "consultar" as populações das regiões ucranianas em questão para definir as "fronteiras exatas" dessas regiões.

Os denominados tratados de anexação da Rússia foram aprovados por unanimidade esta segunda-feira na Duma.

"A decisão foi tomada por unanimidade. Existem 89 entidades na Federação Russa", publicou no Telegram o presidente do Parlamento, Vyacheslav Volodin, acrescentando um mapa da Rússia incluindo as quatro regiões ucranianas ocupadas.

Prevê-se agora que o Conselho da Federação da Rússia formalize a anexação na terça-feira - o que o Ocidente considera uma violação do direito internacional.

Esta anexação significa que as forças separatistas em Donetsk e Luhansk podem ser incorporadas às forças armadas russas, o rublo russo será introduzido na região e os ucranianos que aqui residam podem tornar-se tornar cidadãos russos após um juramento de lealdade à Rússia, explicou Pavel Krasheninnikov, presidente do comité de construção e legislação da Rússia, citado pela Reuters.

O Kremlin adiantou entretanto que a Rússia “consultará” as populações de Zaporizhia e Kherson para determinar as fronteiras exatas dos territórios que Moscovo espera anexar.

O porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, disse numa conferência de imprensa que o resultado “vai depender da vontade das pessoas que lá vivem”.



"Vamos prosseguir as consultas às populações dessas regiões", disse Peskov, referindo-se às regiões do sul de Kherson e Zaporizhzhia, parcialmente controladas pelos militares ucranianos.
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