Kremlin promete continuar ofensiva na Ucrânia até que objetivos sejam cumpridos

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Alexey Nikolskiy - Kremlin via Reuters

O Kremlin reiterou esta terça-feira que a guerra na Ucrânia vai continuar até que os objetivos estabelecidos pelo presidente Vladimir Putin sejam cumpridos, por via militar ou através da negociação. O chefe do Serviço de Informações Externas da Rússia considera que Moscovo está perto de alcançar os seus objetivos no país invadido.

"A operação militar especial terminará quando todos os objetivos estabelecidos pelo presidente e pelo comandante-chefe tiverem sido alcançados", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas.

"Estes objetivos podem ser alcançados como resultado de uma operação militar especial ou de negociações relevantes", esclareceu, afirmando que atualmente não está em curso qualquer diálogo entre Moscovo e Kiev “porque o lado ucraniano recusa qualquer negociação”. As exigências de Vladimir Putin pressupõem que a Ucrânia desista da ideia de aderir à NATO e se retire totalmente de quatro regiões do país que a Rússia reivindica como suas.

Kiev tem rejeitado ceder e na segunda-feira, o presidente ucraniano defendeu um acordo diplomático para acabar com a guerra, mostrando-se aberto ao possível envio de tropas ocidentais para a Ucrânia até que o país possa aderir à NATO.

“Um contingente de tropas de um país ou outro pode estar presente na Ucrânia enquanto não fizermos parte da NATO. Mas para isso precisamos ter um entendimento claro de quando a Ucrânia se tornará um membro da UE e da NATO”, disse Volodymyr Zelensky.

Zelensky mostra-se, assim, a favor da polémica proposta do presidente francês, Emmanuel Macron, que no início do ano levantou a possibilidade de países europeus enviarem tropas para a Ucrânia.
Chefe da espionagem diz que Rússia está perto de atingir objetivos
Por sua vez, o chefe do Serviço de Informações Externas da Rússia, Sergei Naryshkin, disse esta terça-feira que Moscovo está perto de alcançar os seus objetivos na Ucrânia.

“A situação não é a favor de Kiev”, disse Naryshkin, chefe do Serviço de Informações Estrangeiras da Rússia (SVR), ao Razvedchik, citado pela agência Reuters.

“Estamos perto de alcançar os nossos objetivos, enquanto as forças armadas da Ucrânia estão à beira do colapso”, afirmou, acrescentando que para a Rússia, o presidente ucraniano perdeu a legitimidade e "a capacidade de negociar".

Ataques russos com mísseis contra a região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, fizeram dez feridos e danificaram um edifício administrativo, disse o governador da região esta terça-feira.

Também esta terça-feira, a agência de notícias estatal TASS anunciou, citando o Ministério russo da Defesa, que as forças russas capturaram a aldeia de Zhovte, no leste da Ucrânia. A notícia não foi, no entanto, confirmada de forma independente até ao momento.
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