O diplomata norte-americano tem encetado conversações com Donald Trump para intermediar a relação entre Estados Unidos e Rússia. Henry Kissinger pediu ao presidente eleito que aceite a anexação da Crimeia à Rússia.
Na Alemanha é noticiado que Kissinger pode prevenir uma nova Guerra Fria. Para tal acontecer, os Estados Unidos têm de aceitar, segundo Kissinger, a anexação russa da Crimeia, que aconteceu em Março de 2014 e tem envolvido rebeldes com apoio russo numa guerra com o Governo ucraniano. Em troca, o executivo de Vladimir Putin pode retirar tropas e mantimentos aos rebeldes que continuam no este da Ucrânia.
A imprensa norte-americana dá destaque ao contacto frequente entre Kissinger e Putin, que só se assemelha à relação do presidente russo com Rex Tillerson, o novo Secretário de Estado de Donald Trump.
O Politico, plataforma digital dedicada à política, refere que Henry Kissinger está numa posição em que pode tornar-se num potencial intermediário entre Donald Trump e Vladimir Putin. A publicação fala também dos elogios públicos do antigo diplomata ao novo presidente norte-americano, revelando que se juntou com Trump numa reunião privada.
A visão de Trump sobre a anexação da Crimeia à Rússia foi mudando durante a campanha eleitoral que o vai levar à Casa Branca já em janeiro próximo. Logo que a anexação aconteceu em 2014, Donald Trump mostrou o seu desagrado com a ação russa afirmando que "nunca devia ter acontecido". No entanto, em agosto, Donald Trump mudou de opinião, relatando que sabia de fontes próximas que as pessoas da Crimeia estavam mais felizes do lado russo do que do lado ucraniano.
Para a publicação política, Henry Kissinger pode ter um papel importante na manutenção da estabilidade entre grandes potências, podendo promover um equilíbrio entre americanos e russos, o que irá melhorar a cena geo-política mundial. No entanto, há receios que o diplomata de 93 anos possa também estar a beneficiar a Rússia, que se encontra envolvida na guerra civil síria, apoiando publicamente Bashar Al-Assad.
Para especialistas internacionais, Kissinger está a ser pragmático. "Penso que Kissinger está a preparar uma ofensiva diplomática. Ele é realista. O mais importante para ele é o equilíbrio internacional e não há conversações sobre direitos humanos e democracia". Palavras de Marcel Van Herpen, um especialista holandês sobre a Rússia.