Trânsito cortado em várias artérias da cidade, muita polícia e a chegada de um comboio especial à China com um "alto funcionário norte-coreano" suscitaram rumores de que Kim Jong-un estaria em visita ao país para discutir as relações entre os dois países asiáticos. Apesar de o Governo não ter confirmado a visita, a imprensa dá agora conta de que Kim Jong-un esteve mesmo em Pequim e já abandonou a capital chinesa.
De acordo com o jornal japonês Sankei, que cita fontes não identificadas do Partido Comunista Chinês, Kim Jong-un reuniu-se esta terça-feira com vários líderes chineses.
A chegada na segunda-feira de um comboio composto por vagões verdes com listas amarelas à China, semelhante ao utilizado pelo pai de Kim Jong-un, foi um dos primeiros sinais de que o líder norte-coreano estaria em território chinês.
De acordo com France Presse, várias testemunhas na estação de comboios de Pequim e na Praça Tiananmen deram conta de um movimento “pouco usual” com “polícias fora da estação e ao longo da estrada. A estação estava fechada”, explicou o proprietário de uma loja próxima da estação.
Houve ainda notícia de um veículo escoltado que entrou na segunda-feira na Residência de Hóspedes Oficiais Diaoyutai e uma guarda de honra militar que foi avistada no local mais tarde.
VIDEO: A train from Pyongyang met by an honour guard, a police convoy and tightened security in Beijing feeds speculation that North Korean leader Kim Jong Un is making a surprise visit to the Chinese capital
— AFP news agency (@AFP) 27 de março de 2018
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Contudo, segundo alguns analistas citados pela imprensa estrangeira Kim Jong-un tem cultivado relações de igualdade com Pequim, pelo que o mais provável é que tenha enviado a sua irmã, Kim Yo-jong, com o objetivo de solidificar a aliança com a China. Isto a dois meses de o líder norte-coreano se reunir com os Presidentes da Coreia do Sul e dos EUA.
Outras fontes fontes não identificadas, citadas pela CNN confirmaram que Kim Jong-un esteve na China para se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping.
A confirmar-se, esta terá sido a primeira visita de Estado de Kim Jong-un, que nunca saiu do país desde que chegou ao poder, em 2011.
Ainda de acordo com a CNN, a Coreia do Norte não confirmou a visita. Também a China, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu “não estar a par da situação”.
De acordo com a Bloomberg, que confirmou a visita do líder norte-coreano, mas que não identificou as fontes, não foram adiantados detalhes sobre a viagem, nomeadamente, a duração da mesma e as personalidades políticas com quem Kim Jong-un esteve reunido.
Segundo a BBC, a imprensa japonesa tinha apenas informado da chegada de um "comboio especial" à capital chinesa, no domingo, que transportaria um “alto funcionário norte-coreano” para discutir laços entre os dois países.
Intriguing images from Beijing, captured by Japan's Nippon TV. A 21-car train, similar to one used by Kim Jong Il in 2011, pulled into Beijing Station around 3pm. Met by honor guard and line of VIP cars. Speculation is that Kim Jong Un could be in Beijing. https://t.co/OR40pYEcgG pic.twitter.com/1G5jndciIr
— Martyn Williams (@martyn_williams) 26 de março de 2018
Ainda de acordo com um investigador do Instituto de Estudos Políticos de Asan, em Seul, citado pela Associated Press, Kim Yo-jong poderá procurar que a China se comprometa com o país, caso o diálogo com Seul e os Estados Unidos fracassem.
"A Coreia do Norte não quer transmitir a mensagem de que a China foi posta de lado enquanto faz uma aproximação diplomática aos EUA e Coreia do Sul”.
E acrescenta: "Se o diálogo com a Coreia do Sul e os EUA falhar, a Coreia do Norte irá certamente voltar a demonstrar as suas capacidades nucleares outra vez. O enviado especial pode abordar essa possibilidade com funcionários chineses, e apelar à China que não reforce as sanções caso isso suceda".
c/agências