Kiev e Moscovo trocam acusações sobre ataque a estação de gás na região de Kursk
Kiev e Moscovo acusam-se mutuamente de atacar a principal estação de medição de gás em Soudja, na região de Kursk, ocupada pelas forças ucranianas. Moscovo disse que a Ucrânia fez explodir a instalação num ato de terrorismo, mas Kiev negou qualquer envolvimento, acusando a Rússia de bombardear o local em jeito de "provocação".
As duas partes acusam-se mutuamente de atacar a principal estação de medição de gás em Soudja, na região de Kursk, ocupada pelas forças ucranianas e que antes permitia o transporte de gás russo para a Europa através da Ucrânia. A televisão estatal russa Rossia 24, assim como vários canais de notícias russos no Telegram, incluindo o Baza, conhecido por ser próximo das autoridades policiais, e o Mash, publicaram imagens da estação em chamas, acusando os militares ucranianos.
A Ucrânia negou qualquer envolvimento e denunciou de imediato uma "campanha de descrédito" russa.
"Essas acusações são infundadas. Na verdade, a estação foi repetidamente bombardeada pelos próprios russos", disse o estado-maior ucraniano no Facebook, acrescentando que as forças "dispararam projéteis de artilharia contra a instalação" durante a noite.
Entretanto, o Kremlin veio garantir que a ordem do presidente Vladimir Putin para suspender temporariamente os ataques a infraestruturas energéticas ucranianas continua em vigor.
Zelensky pede “pressão” sobre a Rússia após ataque aéreo “massivo”
Ao mesmo tempo, os combates entre Kiev e Moscovo continuam. Na última noite, a cidade ucraniana de Odessa, no Mar Negro, foi alvo de um dos seus maiores ataques russos com drones.
Segundo as autoridades ucranianas, o ataque envolveu mais de 200 drones e provocou três feridos e vários incêndios, no dia em que o presidente checo visitava a cidade.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou aos aliados, incluindo os Estados Unidos, que "pressionem" Moscovo após este ataque “massivo”.
"É a pressão conjunta sobre a Rússia, acompanhada de sanções mais duras e de um maior apoio de defesa ao nosso país, que abrirá caminho para o fim deste tipo de terror e para o fim do prolongamento da guerra pela Rússia", apelou Zelensky nas redes sociais.
Os combates continuam em paralelo na região de Kursk, perto da fronteira com a Ucrânia, onde as forças russas avançaram a uma velocidade sem precedentes nas últimas semanas, na tentativa de expulsar as tropas ucranianas do seu território.
Enquanto isso, os Estados Unidos pressionam por um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Kiev aceitou uma proposta de Washington para um cessar-fogo de 30 dias, mas a Rússia rejeitou. Numa reunião com o presidente norte-americano, Vladimir Putin concordou apenas com a suspensão temporária dos ataques a infraestruturas energéticas ucranianas.
As delegações ucranianas, norte-americanas e russas deverão reunir-se na Arábia Saudita separadamente, na segunda-feira, para discutir os detalhes sobre um acordo de cessar-fogo mais abrangente. Zelensky disse estar otimista para esta nova ronda de negociações sobre a paz na Ucrânia.
c/ agências