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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Kiev diz que incursão em Kursk é uma "ferramenta" para "forçar a Rússia a negociar"

por Carla Quirino - RTP
Mykhailo Podolyak, conselheiro do Governo ucraniano Anna Voitenko - Reuters

"A Ucrânia não está interessada em ocupar territórios russos", alegou o assessor do presidente da Ucrânia, esta sexta-feira. Mykhailo Podolyak afirma que o objetivo do ataque à região russa de Kursk é fazer com que Moscovo seja forçada a negociar a paz, de forma justa, para colocar um ponto final à guerra.

O avanço ucraniano em território russo dos últimos dias na região de Kursk pretende não só mostrar que é capaz de ultrapassar a fronteira e ocupar áreas do lado inimigo, como garantir um "meio comprovado e eficaz de coerção" para forçar a Rússia a sentar-se e negociar, argumentou Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Desta forma, Kiev quer usar os territórios russos conquistados como moeda de troca durante “potenciais negociações” com o Kremlin.

"A ferramenta militar é utilizada objetivamente para persuadir a Rússia a entrar num processo de negociação justo", afirmou Podoliak, enfatizando ainda a importância de a Ucrânia “ter meios de coerção comprovados e eficazes”.

Na rede social X, o conselheiro de Zelensky deixa claro que “a Ucrânia não está interessada em ocupar territórios russos". "Isto é óbvio. Porque a Ucrânia está a travar uma guerra exclusivamente defensiva, estritamente no âmbito do direito internacional”, alega.

"Na região de Kursk, podemos ver claramente como a ferramenta militar está a ser usada objetivamente para persuadir [a Rússia] a entrar num processo de negociação justo", explica.

Podolyak acredita que a incursão também influenciará a opinião pública porque "os russos estavam obviamente assustados. Eles estão chocados" com a capacidade das forças da Ucrânia ao entrar em território russo.

"As mudanças negativas no estado psicológico da população russa serão outro argumento para o início das negociações", defende.

As últimas informações dos serviços secretos britânicos reportam que as tropas ucranianas embrenharam-se na região de Kursk "a uma profundidade que varia entre 10-25 quilómetros numa frente de aproximadamente 40 km" desde o início da incursão.

A Rússia ocupa quase 20 por cento do território ucraniano.

Kiev, ao apresentar as várias razões para justificar a incursão, também força Moscovo a retirar tropas de outras partes das frentes de guerra, ou criar uma zona tampão para acabar com o bombardeamento nos territórios ucranianos fronteiriços.

c/agências
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