KGB ameaça fuzilar quem se manifestar contra fraudes nas eleições na Bielorrússia

por Agência LUSA

O KGB bielorrusso ameaçou fuzilar quem responder ao apelo do principal candidato da oposição às eleições presidenciais, Alexandre Milinkevitch, para manifestações domingo à noite após o escrutínio.

Milinkevith convocou os seus apoiantes para manifestações na noite de domingo, após as eleições, com o objectivo de denunciar alegadas fraudes eleitorais e provocar uma revolução ao modelo da "Revolução Laranja" da vizinha Ucrânia.

A manifestação no domingo dos que "procurarem desestabilizar a situação será qualificada de terrorismo. Isso recai sob a alçada de um artigo do código penal que prevê até 25 anos de prisão, prisão perpétua ou pena de morte", advertiu o chefe dos serviços secretos bielorrussos, Stepan Sukhorenko, numa conferência de imprensa.

A ameaça é levada a sério por Milinkevitch, mantendo-se a pena de morte por fuzilamento em vigor na Bielorrússia, onde são pronunciadas anualmente várias condenações à pena capital.

O candidato garantiu que a concentração de domingo à noite será "unicamente uma acção pacífica" e advertiu o poder contra qualquer recurso à força.

"Desejamos que os dirigentes do KGB triunfem na sua luta contra o terrorismo", ironizou o candidato apoiado pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

"Pedimos-lhes apenas que não confundam os terroristas com os cidadãos que vão manifestar-se de forma pacífica, em 19 de Março, contra as fraudes, o medo e as humilhações", acrescentou.

Nas últimas semanas, a KGB redobrou os esforços para alertar a população contra a preparação de um golpe de Estado, não recuando perante processos mediáticos de manipulação, para apoiar a reeleição Alexander Lukachenko.

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