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Kamala Harris promete corte fiscal para famílias jovens e pequenas empresas

por Lusa

A candidata democrata Kamala Harris prometeu, no primeiro debate presidencial norte-americano com Donald Trump, uma "economia de oportunidades" com um corte fiscal para famílias jovens e para pequenas empresas. 

"Fui criada na classe média e sou a única pessoa aqui esta noite que tem um plano para elevar as pessoas da classe média na América", afirmou Kamala Harris no debate terça-feira (madrugada de quarta-feira em Lisboa), ao ser questionada sobre o estado da economia. 

A candidata reconheceu que as famílias estão a ter dificuldades com a escassez de habitação acessível e que é necessário construir mais: prometeu trabalhar com o sector privado para construir mais três milhões de casas até ao final do mandato. 

Harris também cunhou o termo "IVA do Trump" para descrever o que serão os efeitos da taxa de 20% que o republicano quer impor a bens importados. "Isso resultaria em despesas de mais quatro mil dólares por ano" em média para as famílias, apontou a democrata, acusando-o de querer dar cortes de impostos aos ricos às custas da classe média. 

O seu plano de cortes fiscais, afirmou, oferece benefícios de seis mil dólares para famílias jovens e de 50 mil dólares para pequenas empresas.

"Tenho um plano para a economia de oportunidades", declarou a candidata democrata, contrastando a sua "paixão pelas pequenas empresas" com o plano de Donald Trump de voltar a cortar os impostos às empresas e milionários.

"Trump deixou-nos o pior desemprego desde a Grande Depressão, a pior epidemia de saúde pública num século e o pior ataque à nossa democracia desde a guerra civil", acusou Kamala Harris.

"Estivemos a limpar a porcaria deixada por Trump", continuou, afirmando que Trump "não tem um plano" para as pessoas e que os economistas avaliaram negativamente a sua proposta de tarifas. 

Citou em particular como críticos do impacto das propostas de Trump a casa de invstimento Goldman Sachs, a escola de gestão Wharton e dezenas de laureados com o Nobel da economia que fizeram um abaixo-assinado conjunto.

"A administração Trump resultou num dos défices mais elevados da história", apontou. 

Ao longo do debate, Kamala Harris regressou várias vezes à sua mensagem económica, dizendo que, ao contrário da "velha retórica" de Trump, ela tem um plano para tornar os bens mais baratos e a habitação mais acessível. 

Questionada sobre a sua mudança de opinião quanto ao `fracking`, método de extração e hidrocarbonetos do solo, Harris garantiu que não irá bani-lo e que não o baniu enquanto vice-presidente. 

Esta é uma questão crucial na Pensilvânia, um estado decisivo onde os candidatos estão empatados. 

"Eu dei o voto que aprovou a Lei de Redução da Inflação, que abriu novas licenças de `fracking`", salientou Harris. "O que eu defendo é que precisamos de investir em fontes de energia diversas para reduzir a dependência de petróleo estrangeiro", afirmou, lembrando o grande aumento da exploração petrolífera doméstica durante a administração Biden.

O debate histórico de terça-feira foi o primeiro entre Donald Trump e Kamala Harris e começou com um raro aperto de mãos, iniciado pela vice-presidente, que se apresentou pelo nome, num lembrete de que esta é a primeira vez que os dois políticos se encontram pessoalmente. É também o primeiro aperto de mãos num debate presidencial desde 2016.

Sediado pela rede ABC News, o debate decorreu no National Constitution Center, em Filadélfia, e foi regido pelas mesmas regras que foram ditadas para o histórico debate de junho entre Trump e o atual Presidente e ex-candidato democrata, Joe Biden, que acabou por desistir da corrida após um fraco desempenho nesse confronto.

Os jornalistas da ABC News David Muir e Linsey Davis moderaram o debate - o único agendado até ao momento entre Donald Trump e Kamala Harris, pelo que poderá ser a primeira e única vez que os eleitores verão os dois políticos num frente-a-frente antes da eleição geral.

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