Justiça peruana abre processo contra presidente por enriquecimento ilícito

por Lusa
Dina Boluarte é acusada de enriquecimento ilícito EPA

O Ministério Público do Peru iniciou um processo preliminar contra a presidente peruana, Dina Boluarte, por alegadamente não ter declarado a posse de relógios de luxo e enriquecimento ilícito.

O Ministério Público indicou que a Área de Enriquecimento Ilícito e Queixas Constitucionais ordenou a abertura de um processo preliminar contra Boluarte pelos alegados crimes de enriquecimento ilícito e de não declaração em documentos "do uso de relógios Rolex", de acordo com um comunicado divulgado na segunda-feira.

O anúncio da entidade, na rede social X (antigo Twitter), surgiu horas depois de o primeiro-ministro peruano, Gustavo Adrianzén, se ter escusado responder aos jornalistas sobre os relógios de luxo que a presidente tem sido vista a usar em eventos públicos.

"É uma questão pessoal que não me cabe a mim abordar", disse Adrianzén sem responder a mais perguntas sobre o assunto.

Há alguns dias, Boluarte disse que os relógios usados em cerimónias públicas são artigos "de antigamente", depois de confirmar que possui um Rolex avaliado em 14 mil dólares (cerca de 13 mil euros).

"Trabalho desde os 18 anos, o que tenho é fruto do meu esforço", respondeu a presidente aos jornalistas.

Uma investigação do site La Encerrona indicou que Boluarte tem vários relógios de luxo que não foram declarados no registo de propriedade perante o Júri Nacional de Eleições peruano.

No fim de semana, um perito disse à estação América Televisión que pelo menos um dos modelos Rolex que Boluarte usa é dos últimos quatro anos por ser um modelo novo com diamantes no mostrador.

Dina Boluarte assumiu a presidência peruana em 7 de dezembro de 2022, depois da destituição do antecessor Pedro Castillo, acusado de promover um golpe de Estado para tentar convocar uma nova Assembleia Constituinte.

Na sequência da detenção de Castillo, protestos populares exigiram a libertação do ex-chefe de Estado, a demissão de Boluarte e eleições antecipadas.

Mais de 70 pessoas morreram nas manifestações, em particular devido à atuação das forças policiais e militares.

 

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