Justiça militar russa decide prisão domiciliária para general Ivan Popov

por Lusa

Um tribunal militar de Moscovo impôs hoje prisão domiciliária do general Ivan Popov, detido preventivamente sob a acusação de fraudes em larga escala, que havia criticado a estratégia russa na guerra da Ucrânia.

O major-general Ivan Popov vai permanecer em prisão domiciliária pelo menos até 11 de outubro e até que seja conhecida a sentença, deliberou o tribunal da 235ª Guarnição militar, após alterar a decisão de há duas semanas quando se recusou libertá-lo da prisão.

"Atendemos ao pedido da investigação [Comité de Investigação] e estabelecemos uma medida preventiva até 11 de outubro", indicaram responsáveis do tribunal citados pela agência noticiosa russa TASS.

O general deposto, antigo comandante do 58º Exército de Armas Combinadas que combate em Zaporijia, arrisca até dez anos de prisão caso seja considerado culpado.

Popov foi destituído das suas funções na guerra da Ucrânia após um deputado russo ter publicado em julho de 2023 uma mensagem do general onde manifestava críticas face à estratégia russa na guerra. Popov referiu-se a uma "difícil situação" por escassez de armamento e denunciava o elevado número de baixas russas em Zaporijia.

O Comité de Investigação da Rússia tinha pedido à justiça a concessão da medida de prisão domiciliária para Popov, que se encontrava até ao momento detido num centro de detenção preventiva.

O tribunal vai agora analisar o caso do empresário Sergei Moiseev, também envolvido no mesmo processo.

Detido em meados de maio, Popov foi indiciado pela justiça militar por um caso de fraude associado ao roubo de 1.700 toneladas de produtos metálicos destinados à frente na região ucraniana de Zaporijia, avaliados em 1.300 milhões de rublos (cerca de 13 milhões de euros).

Popov rejeitou as acusações através dos seus advogados, e desde o início pediu para cumprir a ordem de prisão preventiva no seu domicílio.

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