Justiça brasileira acusa ex-diretor do metro de São Paulo e 13 executivos de corrupção

por Lusa

Brasília, 10 ago 2019 (Lusa) - A Justiça brasileira acusou, na sexta-feira, o ex-diretor do metro de São Paulo Sérgio Correa Brasil e 13 executivos de construtoras de crimes de corrupção, cometidos entre 2004 e 2014.

A informação é avançada pela imprensa local, e diz respeito a uma ação apresentada pelo grupo de trabalho da Operação Lava Jato de São Paulo, que afirma terem existido irregularidades nas licitações para ampliação de várias linhas do metropolitano.

Executivos das construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS tornaram-se réus sob a acusação de crimes de corrupção, através da chamada delação premiada, um benefício legal concedido a um réu que aceite colaborar na investigação criminal, de Sérgio Brasil, que foi diretor de contratos do metro de São Paulo na gestão de José Serra e assessor de parcerias público-privadas na Secretaria de Planeamento de Geraldo Alckmin, enquanto governador daquele estado.

Um dos denunciados é o próprio Sérgio Brasil, que deve obter benefícios da Justiça por ser um delator. Segundo a imprensa local, a acusação do Ministério Público Federal (MP) indica que Brasil participou em 23 episódios de corrupção passiva enquanto exerceu as funções de diretor do metro e coordenador de parcerias público-privadas em São Paulo.

"A nova denúncia da Lava Jato de São Paulo contou com a colaboração de (...) Sérgio Correa Brasil, que admitiu ter recebido pagamentos das cinco maiores construtoras do país (além das quatro construtoras citadas, a Camargo Corrêa também é investigada, mas em inquérito separado) para favorecê-las em concorrências do metro enquanto ocupou cargos na companhia e na secretaria", afirma a Lava Jato, citada pelo jornal Estadão.

"Além da colaboração do próprio executivo, os factos são corroborados pelas delações da Odebrecht e de outras construtoras e por dados oficiais transmitidos pela companhia", acrescenta a operação contra a corrupção no Brasil.

Além do ex-diretor do metro, o Ministério Público apresentou uma ação contra Fabio Andreani Gandolfo, Benedicto da Silva Júnior, Celso da Fonseca Rodrigues, Luiz Antonio Bueno Júnior, Arnaldo Cumplido de Souza e Carlos Armando Guedes Paschoal, que são executivos ou antigos executivos da Odebrecht.

Pela Andrade Gutierrez, participaram dos episódios de corrupção e foram denunciados pela Lava Jato os executivos Flávio David Barra, Dario Rodrigues Leite Neto e Anuar Benedito Caram`.

Da Queiroz Galvão foram denunciados Mário Bianchini Júnior e Carlos Alberto Mendes dos Santos.

Completam a lista de réus José Alexis Beghini Carvalho e Carlos Henrique Barbosa Lemos, da OAS.

À Justiça Federal, os procuradores da Lava Jato, a maior operação contra a corrupção no país, informaram que continuam a investigar a participação de outras pessoas nos esquemas de corrupção.

De acordo com a investigação, Sérgio Brasil recebeu mais de 3,6 milhões de reais (cerca de 807 mil euros) ao longo da contrução e das obras em três linhas do metro.

Ao portal de notícias G1, o metro de São Paulo disse que "a empresa é a maior interessada no apuramento dos factos e está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", frisando que Sérgio Brasil já não é funcionário da empresa.

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