Justiça acusa Lugovoi de envenenar Litvinenko e pede extradição

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

A justiça britânica vai acusar formalmente Andrei Lugovoi do assassínio por envenenamento do antigo espião soviético Alexandre Litvinenko e pedir a extradição da Rússia, anunciaram hoje fontes judiciais britânicas.

"Concluí que as provas que nos foram enviadas pela polícia são suficientes para acusar Andrei Lugovoi da morte de Litvinenko por envenenamento deliberado", declarou à imprensa o procurador do Ministério Público britânico Ken McDonald.

"Também concluí que processar (Lugovoi) por este caso é claramente do interesse público", acrescentou este responsável, que qualificou o assassínio de "delito grave e extraoridinário".

Litvinenko, de 43 anos, morreu envenenado com polónio-210 a 23 de Novembro de 2006 num hospital londrino.

O antigo agente dos serviços federais de segurança russos (FSB, antigo KGB) ficou doente a 01 de Novembro, depois de almoçar com Andrei Lugovoi e outro cidadão russo no hotel Milenium, na capital britânica.

Lugovoi negou, mais do que uma vez, qualquer envolvimento na morte de Litvinenko.

Pouco antes de morrer, o antigo agente soviético acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de responsabilidade na sua morte, mas o governo russo tem recusado sempre quaisquer responsabilidades no caso.

A viúva de Litvinenko, Marina, reiterou hoje esperar que seja feita justiça. Falando através da advogada, Louise Christian, Marina Litvinenko agradeceu à polícia britânica os esforços desenvolvidos na investigação que permitiram chegar a uma acusação e manifestou a esperança de que Lugovoi seja extraditado.

"Ela agradece à polícia mas está ansiosa que seja feita justiça", disse a advogada.

O Reino Unido e a Rússia, cujas relações se deterioraram na sequência da morte de Alexandre Litvinenko, não têm qualquer acordo de extradição.

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