O júri do julgamento do ex-Presidente norte-americano Donald Trump no caso de alegados subornos para silenciar um escândalo sexual na campanha eleitoral de 2016 retomou hoje as deliberações após repetição dos depoimentos das principais testemunhas.
Na quarta-feira, e depois de mais de quatro horas de deliberação, o júri enviou ao juiz Juan Merchan dois pedidos, o primeiro para analisar quatro depoimentos relacionados com David Pecker, ex-editor que ajudou a `esconder` histórias negativas sobre o magnata republicano, e com Michael Cohen, ex-advogado e braço direito de Trump.
No segundo pedido, o grupo de doze pessoas, sete homens e cinco mulheres, pediu que o juiz voltasse a ler as instruções atribuídas no início do dia.
Assim, hoje, o juiz releu as 30 páginas destas instruções que incluem como podem ser feitas inferências a partir da prova produzida.
Durante a manhã de hoje, foram novamente ouvidos o testemunho do ex-editor do jornal e do antigo advogado do ex-presidente Donald Trump.
Não se sabe ao certo quanto tempo vão demorar as deliberações do júri, mas um veredicto de `culpado` representaria um duro golpe para o antigo Presidente dos Estados Unidos, que aspira regressar à Casa Branca, enquanto uma absolvição se representaria uma grande vitória e dar-lhe-ia um novo impulso na campanha eleitoral.
Uma vez que o júri tem de chegar a uma posição unânime, não está afastado o cenário de o caso acabar com o julgamento anulado por falta de consenso no veredicto.
O processo das deliberações deste histórico julgamento segue-se à sessão de alegações finais de terça-feira, que se estendeu até à noite, quando o procurador Joshua Steinglass acusou Trump de enganar intencionalmente os eleitores ao alegadamente participar num esquema de pagar para `enterrar` histórias que poderiam destruir a sua candidatura presidencial de 2016.
No centro das acusações está o pagamento de 130.000 dólares à atriz pornográfica Stormy Daniels por Michael Cohen, para evitar que se tornassem públicas alegações de um encontro sexual extra conjugal.
Os procuradores apontam que os pagamentos foram falsamente registados como "despesas legais" para ocultar a verdadeira natureza das transações.
O caso é a primeira das quatro acusações de Trump a chegar a julgamento e é o primeiro caso criminal contra um ex-presidente dos EUA.