Junta militar da Guiné-Conacri suspende partidos não autorizados

por Lusa
A junta militar da Guiné-Conacri quer fazer uma "limpeza" política no país STR - EPA

A junta militar no poder na Guiné-Conacri ordenou aos movimentos políticos "sem autorização administrativa prévia" que cessem as atividades, depois de indicar que quer organizar eleições este ano.

Numa declaração lida na televisão nacional na quinta-feira à noite, o ministro da Administração Territorial e Descentralização, Ibrahima Khalil Condé, lamentou "a proliferação de movimentos políticos sem autorização administrativa prévia".

"Consequentemente, todos estes movimentos políticos são solicitados a cessar imediatamente as suas atividades e a apresentar um pedido de autorização administrativa ao nosso ministério para a sua existência legal", acrescentou Condé.

Alegando querer "limpar o panorama político", a junta dissolveu em outubro 53 partidos, suspendeu outros 54 por três meses e colocou outros 67 "sob observação", incluindo os principais partidos da oposição.

Entre eles a Assembleia Nacional da Guiné, do presidente deposto pelos militares em 2021, Alpha Condé. Os líderes dos principais partidos da oposição estão no exílio.

O anúncio surgiu horas depois de o porta-voz da junta militar ter dito que a Guiné-Conacri poderá realizar eleições presidenciais ou legislativas no último trimestre de 2025, após um referendo para uma nova Constituição.

O porta-voz explicou à Radio France Internationale que, devido à estação das chuvas, não é propício que se organizem eleições antes de outubro.

 

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