Novos circuitos da Ciência Viva para descobrir Portugal, e os bosques verticais do arquiteto italiano Stefano Boeri são temas para o Jornalíssimo desta semana.
No dia em que se voltou a levantar o problema do peso excessivo das mochilas escolares o Jornalíssimo quer questionar os jovens portugueses sobre a adoção de manuais eletrónicos como forma de aliviar a carga a que estão sujeitos. Para responder em www.jornalissimo.com.
Deste modo, a ciência ganha vida fora dos centros, alarga-se ao restante território e cruza-se com a natureza, a história e a cultura das regiões envolventes a cada um dos Centros.
Com a aquisição do cartão, que custa cinquenta euros, passa-se a ter acesso a um livro-guia, um site e uma aplicação móvel com toda a informação para realizar os passeios.
A Ciência Viva conseguiu mais de 200 parceiros para concretizar este projeto e, por isso, os seus detentores têm acesso, desde logo, a entrada gratuita em todos os Centros de Ciência Viva (onde podem entrar o número de vezes que quiserem), mas também a descontos e vantagens em museus e outros espaços de visita recomendados, em transportes e combustível, em hotéis e restaurantes.
O cartão tem a validade de um ano. Há 54 percursos disponíveis, ou seja, praticamente um para cada semana do ano.
A aplicação que, tal como o site, foi desenvolvida com o apoio da Fundação Vodafone, oferece outras possibilidades que irão tornar as visitas certamente bem mais divertidas.
Em muitos percursos são colocados desafios aos visitantes (por exemplo para encontrarem determinado animal no território) e a 'app' dá ainda a possibilidade de partilhar imagens e comentários com os outros viajantes. Além de que irá ser atualizada à medida que sejam acrescentados conteúdos.
Para cada uma das experiências propostas é descrito o grau de dificuldade (fácil, médio, difícil) e o o tempo de duração para a sua realização. Há percursos que demoram todo um dia, outros que se fazem numa manhã ou numa tarde.
Os mapas dos percursos podem ser descarregados online para depois serem usados no terreno, mas estão também disponíveis em formato papel nos vários Centros Ciência Viva.
Recordemos onde há centros de Ciência Viva: no Porto, em Lisboa e em Coimbra há dois. Os Açores têm um, tal como cada uma das seguintes localidades: Alviela, Aveiro, Bragança, Constância, Estremoz, Faro, Guimarães, Lagos, Lousal, Proença-a-Nova, Sintra, Vila do Conde e outro nos Açores.
Bosques Verticais italianos chegam à China
Esta semana no Jornal 2 Joana Fillol tem ainda tempo para mostrar o projeto de um "bosque vertical" que vai ter 199 metros de altura. A ideia é de um arquiteto italiano que já construiu um primeiro exemplo em Milão e agora quer aumentar a escala dos seus empreendimentos na China.
A ideia é dar uma ajuda no combate à poluição no país que mais gases com efeitos de estufa liberta.
O primeiro bosque vertical existe, desde 2014, na cidade italiana de Milão. Foi projetado pelo estúdio do arquiteto italiano Stefano Boeri.
Os dois prédios de habitação que o compõem são chão para 900 árvores (que chegam a alcançar os nove metros de altura) e milhares de plantas e arbustos.
O verde que se espalha pelas duas torres (uma tem 110 metros e 26 andares, outra 78 metros e 18 andares) corresponde a uma área de 7000 metros quadrados de floresta plana e nele vivem 1600 espécies de pássaros, insetos e borboletas.
O arquiteto que os idealizou diz ter chegado a esta ideia ao pensar num "modelo para um edifício residencial sustentável", "num projeto de reflorestação metropolitano que contribuísse para a regeneração do meio ambiente e da biodiversidade urbana sem a implicação da expansão da cidade sobre o território".
Esta ideia vai ao encontro de uma necessidade sentida por muitas cidades, que se veem a braços com problemas graves de poluição atmosférica.
Este é um problema comum nas cidades chinesas, onde os habitantes se deslocam muitas vezes com máscaras protetoras das vias respiratórias tal é o nível de poluição do ar.
Segundo o 'Emission Database for Global Atmospheric Research', publicado pela Comissão Europeia em finais de 2015, a China é o país que mais emite CO2, responsável por 30% das emissões globais de dióxido de carbono.
Foi justamente para a China que Stefano Boeri projetou já aquele que será o seu maior bosque vertical até ao momento. Ficará pronto já no próximo ano, na cidade de 'Nanjing' e é composto por duas torres, tal como o "bosque" de Milão. A torre mais alta irá alcançar os 199 metros (irá alojar um museu, escritórios e uma escola de arquitetura), a mais baixa os 107 (será um hotel e terá uma piscina no topo).
No total, os edifícios vão ser envolvidos por mais de mil árvores e 2500 arbustos e plantas de 23 espécies locais, dando um duplo contributo à qualidade do ar naquela cidade.
Tal como nos edifícios de Milão, a vegetação que irá envolver o edifício foi alvo de um grande trabalho de pesquisa (testadas, por exemplo, para suportarem ventos extremos, de até 190 km/h) e está a ser cultivada em viveiros. Como podes ver na imagem seguinte, as torres têm um sistema de rega integrado. A manutenção desta espécie de jardins suspensos ficará depois a cargo de jardineiros-alpinistas.
Por um lado, vão filtrar o ar e absorver a poluição, por outro vão produzir oxigénio. As 'Nanjing Green Towers' (imagem do projeto na foto acima), como serão batizadas, serão capazes de absorver 25 toneladas de CO2 por ano e 60 quilos de oxigénio por dia.
Segundo divulgado pelo estúdio italiano, este será apenas o primeiro de vários bosques verticais que o estúdio Boeri tem em vista construir em várias cidades chinesas.
Este será mais um contributo ao grande esforço que a China tem feito para aumentar a sua superfície florestal. O país asiático ficou em 1º lugar em políticas de reflorestação, segundo o último estudo da FAO que avalia o estado das florestas no planeta.