Josep Borrel, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), revelou esta terça-feira a identidade do cidadão sueco, de 33 anos, que está preso no Irão desde 17 de abril de 2022. Acusado de "espionagem", Johan Floderus estava de férias com amigos quando foi "detido ilegalmente" pelas autoridades iranianas e está ser utilizado como "peão por razões políticas" por Teerão.
"Isto está muito presente na nossa agenda, no nosso coração, e não vamos parar até que Floderus seja libertado", acrescentou Josep Borell.
Na segunda-feira, a Suécia pediu ao Irão que libertasse “imediatamente” um dos seus cidadãos detidos “arbitrariamente”, mas sem revelar a sua identidade.
"Este cidadão sueco foi arbitrariamente privado da sua liberdade e deve, portanto, ser libertado imediatamente. Este pedido foi feito às autoridades iranianas", indicou o Ministério sueco dos Negócios Estrangeiros à agência France Presse (AFP) na segunda-feira.
No mesmo dia, o jornal norte-americano New York Times avançou que se tratava de um cidadão sueco, de 33 anos, que trabalhava para o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), o serviço diplomático da UE. E que, de acordo com a mesma fonte, tinha sido detido quando se preparava para embarcar no seu voo de regresso de Teerão, após uma viagem de turismo com amigos.
"Diplomacia dos reféns"
“Johan foi detido sem motivo e de repente, quando estava de férias, e está preso numa prisão iraniana há mais de 500 dias", declarou a família do jovem sueco, em Estocolmo, na segunda-feira à noite.
"Nós, a família de Johan, estamos extremamente preocupados e de coração partido", acrescentaram, apelando à sua libertação e ao seu regresso a casa “imediatamente”.As autoridades iranianas prenderam Johan Floderus, na prisão de Evin em Teerão, em abril de 2022. Meses depois, em julho de 2022, o Irão anunciou a detenção de um cidadão sueco acusado de espionagem, num contexto de relações tensas entre os dois países.
Utilizando-o como uma “moeda de troca” ou como “peão por razões políticas”, para tentar obter concessões do Ocidente, como considerou a Comissão Europeia na sua reação inicial.
Isto porque duas semanas antes um cidadão iraniano, Hamid Noury, tinha sido condenado na Suécia a prisão perpétua, pelo seu papel nas execuções em massa de milhares de opositores do regime iraniano em 1988.
O tribunal de Estocolmo considerou o antigo diretor de uma prisão iraniana culpado de “crimes agravados contra o direito internacional e homicídio”.
Josep Borrell, responsável pelo Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), confirmou esta terça-feira que as informações publicadas pelo jornal New York Times eram verdadeiras e que Johan Floderus tinha sido “detido ilegalmente”.
Este tipo de ação foi denunciada como uma “diplomacia dos reféns” e criticada por vários países Ocidentais; consiste na detenção ilegal de cidadãos ocidentais para obter concessões como a libertação dos seus próprios cidadãos no estrangeiro.
c/AFP
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