Joe Biden desejoso de falar com Xi Jinping nas próximas semanas

por Cristina Sambado - RTP
Reuters pool via EPA

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está desejoso de conversar com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, nas próximas semanas, afirmou esta quinta-feira o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, numa visita a Pequim esta quinta-feira.

O presidente Biden aguarda com expectativa a oportunidade de voltar a falar consigo nas próximas semanas”, disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca ao presidente chinês durante uma reunião em Pequim.

Na quarta-feira, a Casa Branca anunciou que o Presidente dos EUA e o seu homólogo chinês deverão conversar telefonicamente nas próximas semanas, depois de trabalhos de preparação diplomáticos.
Esta quinta-feira, o presidente chinês recebeu o conselheiro de segurança da Casa Branca, Jake Sullivan, a quem transmitiu que o empenho da China em manter relações “estáveis, saudáveis e sustentáveis” com os Estados Unidos mantém-se como “uma prioridade”.

“O empenho da China em manter relações estáveis, saudáveis e sustentáveis com os Estados Unidos continua a ser uma prioridade. Esperamos que os Estados Unidos trabalhem na mesma direção que a China”, acrescentou o chefe de Estado.

A China e os Estados Unidos devem ser responsáveis perante a história e uma fonte de estabilidade para a paz mundial”, afirmou Xi Jinping.

Sullivan e Xi discutiram várias questões, incluindo questões como a autonomia de Taiwan, a guerra da Rússia contra a Ucrânia e o Mar da China Meridional, revelou um comunicado da Casa Branca.
Tensão entre a China e aliados dos EUA

As discussões desta semana abrangeram uma série de questões que complicam os laços entre os países. A agenda de Sullivan incluiu as tensões sobre Taiwan, o Mar do Sul da China e a Rússia, e os pedidos dos EUA de mais ajuda chinesa para conter o fluxo dos ingredientes do fentanil, a principal causa de overdoses de drogas nos Estados Unidos.

Antes do encontro com Xi Jinping, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca tinha estado reunido com o general chinês Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central, num raro tête-à-tête, que incluiu uma discussão sobre a ilha autónoma de Taiwan.

De acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca, Sullivan "sublinhou a importância de manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan" e "a preocupação com o apoio da RPC (República Popular da China) à base industrial de defesa da Rússia e o seu impacto na segurança europeia e transatlântica”.

Sullivan frisou igualmente a importância da “liberdade de navegação” no Mar da China Meridional, palco de incidentes entre Pequim e Manila.

Por sua vez, Zhang advertiu que o estatuto da ilha autónoma de Taiwan é “a primeira linha vermelha que não pode ser ultrapassada nas relações sino-americanas”.

“A China sempre se empenhou em manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan”, afirmou, de acordo segundo um comunicado do Ministério da Defesa chinês. Mas “a independência de Taiwan” é “incompatível” com a “paz e a estabilidade” no Estreito, sublinhou o general chinês.

Segundo Zhang Youxia, “a China exige que os Estados Unidos ponham termo a toda a conivência militar com Taiwan, deixem de armar Taiwan e deixem de difundir notícias falsas sobre Taiwan”.

A China, que considera Taiwan como parte do seu território, acusa regularmente os Estados Unidos, principal fornecedor de armas da ilha, de apoiar tacitamente o movimento pró-independência. Pequim não exclui a possibilidade de recorrer às forças armadas para um dia, voltar a integrar Taiwan no seu seio.

Iniciada na terça-feira, a visita de Sullivan decorre quando o Japão, signatário de um tratado de segurança com os Estados Unidos, acusou a China de “grave violação” da sua soberania depois de um avião ter entrado no seu espaço aéreo.

As Filipinas, ligadas aos Estados Unidos por um tratado de defesa mútua, acusaram Pequim de ser o “maior perturbador” da paz na região.

c/agências
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