Joe Biden apela à luta unida com a Ucrânia contra a Rússia como fizeram "heróis" do Dia D
O presidente dos Estados Unidos preconizou com veemência em França a necessidade de defender a democracia, apelando as potências ocidentais a manter o apoio à Ucrânia e a não se renderem à tirania russa.
O discurso de Joe Biden esta quinta-feira ganhou outro significado por assinalar as celebrações dos 80 anos do desembarque na Normandia, operação fulcral para a derrota alemã na Segunda Grande Guerra.
Apelou ainda os aliados ocidentais e a NATO a recapturarem o espírito do Dia D e trabalhar em uníssono, num momento em que a democracia está sob uma maior ameaça do que em qualquer outra ocasião desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
"Isolacionismo não era a resposta há 80 anos e continua a não ser", afirmou, apontando para a praia próxima, considerando-a uma "ilustração poderosa de como as alianças nos tornam mais fortes". "Uma lição que, espero, os americanos nunca esqueçam".
A 6 de junho de 1044, mais de 160 mil soldados aliados invadiram o norte de França numa operação coordenada, por ar e mar, para iniciar a expulsão das forças da Alemanha Nazi. O desembarque ocorreu em cinco locais das praias da Normandia, com os nomes de código Omaha, Juno, Sword, Utah e Gold.
Mais de 4.400 homens morreram durante o desembarque e na largada de paraquedistas, no que ficou conhecido como Operação Neptuno, a primeira parte da Operação Overlord, para libertar a Europa das forças ocupantes alemãs.
Lutar como há 80 anos
Cerca de 200 sobreviventes da Operação Neptuno, entre os 97 e os 107 anos, têm sido o centro das comemorações do Dia D, muitos em cadeira de rodas e embrulhados em cobertores.
Alguns líderes presentes nas cerimónias, como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, ajoelharam-se para ficar ao nível de alguns destes veteranos ao cumprimentá-los.
Também o presidente francês, Emmanuel Macron, que preside às cerimónias, garantira na véspera que o seu país está pronto a defender a democracia, hoje como há oito décadas.
Ao lado de Macron e de veteranos norte-americanos, no Cemitério Americano da Normandia perto da praia de Omaha, Biden considerou "simplesmente impensável" baixar os braços perante a agressão russa e prometeu prosseguir o apoio à Ucrânia.
Apelou ainda os aliados ocidentais e a NATO a recapturarem o espírito do Dia D e trabalhar em uníssono, num momento em que a democracia está sob uma maior ameaça do que em qualquer outra ocasião desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
"Isolacionismo não era a resposta há 80 anos e continua a não ser", afirmou, apontando para a praia próxima, considerando-a uma "ilustração poderosa de como as alianças nos tornam mais fortes". "Uma lição que, espero, os americanos nunca esqueçam".
A 6 de junho de 1044, mais de 160 mil soldados aliados invadiram o norte de França numa operação coordenada, por ar e mar, para iniciar a expulsão das forças da Alemanha Nazi. O desembarque ocorreu em cinco locais das praias da Normandia, com os nomes de código Omaha, Juno, Sword, Utah e Gold.
Mais de 4.400 homens morreram durante o desembarque e na largada de paraquedistas, no que ficou conhecido como Operação Neptuno, a primeira parte da Operação Overlord, para libertar a Europa das forças ocupantes alemãs.
Lutar como há 80 anos
Biden afirmou que a sua maior honra era saudar os veteranos norte-americanos presentes na cerimónia desta quinta-feira. "Os homens que aqui lutaram tornaram-se heróis", disse o presidente. "Sabiam, além de qualquer dúvida, que há coisas pelas quais vale a pena lutar e morrer".
Saudando-os, o presidente chamou-lhes "as derradeiras vozes dos que lutaram e sangraram no Dia D", reconhecendo que "em breve já não estarão entre nós". "Não podemos deixar que o que aqui sucedeu se perca no silêncio dos próximos anos", afirmou.
Ao saudar a coragem dos últimos veteranos norte-americanos ali presentes, Joe Biden ligou a sua luta há oitenta anos com o actual conflito na Ucrânia.
"O facto de terem sido heróis aqui naquele dia não nos absolve do que temos de fazer hoje", defendeu o líder norte-americano, prometendo nunca ceder perante autocratas como o presidente russo, Vladimir Putin.
A coligação de países que apoia a Ucrânia "nunca irá recuar", garantiu, sublinhando que, caso a Ucrânia perca, "toda a Europa será ameaçada". "Os autocratas do mundo estão muito atentos... rendermo-nos a bullies, curvarmo-nos perante ditadores, é simplesmente impensável", considerou.
Este foi o primeiro discurso de Biden, numa visita acompanhado pela primeira-dama dos EUA, Jill Biden, a quas irá durar vários dias em torno das celebraçóes de uma das maiores batalhas com participação norte-americana e que incluiu esta quinta-feira uma reunião privada com 41 dos veteranos e fotografias.
Armas dos EUA não atingirão Moscovo ou o Kremlin
Nas primeiras horas em França, Biden deu ainda uma entrevista a David Muir, da cadeia televisiva ABC, durante a qual garantiu que as armas que o seu Governo autorizou a Ucrânia a utilizar contra alvos militares em território russo não serão utilizadas para atacar Moscovo ou o Kremlin. Na semana passada, o Presidente dos Estados Unidos deu luz verde, sob condições, à utilização de armas norte-americanas por Kiev contra alvos na Rússia perto da região de Kharkiv, de onde baterias de mísseis têm sido utilizadas para fustigar território ucraniano.
Questionado sobre se estas armas já tinham sido utilizadas por Kiev, Joe Biden não respondeu diretamente, mas garantiu que os Estados Unidos não permitiram que fossem utilizadas "para atacar 300 quilómetros dentro do território russo ou em Moscovo ou no Kremlin".
"Elas devem ser usadas perto da fronteira no caso de ataques a alvos ucranianos" lançados pela Rússia, explicou Biden, numa entrevista .
Questionado sobre se estava preocupado pelos comentários do Presidente russo, Vladimir Putin, sobre o tema das entregas de armas ocidentais a Kiev, Joe Biden respondeu com um aviso.
"Conheço-o há 40 anos. Ele preocupa-me há 40 anos. Ele não é um bom homem. Ele é um ditador e está a lutar para manter o controlo sobre seu país enquanto lidera esta invasão", disse Biden.
Questionado sobre se estas armas já tinham sido utilizadas por Kiev, Joe Biden não respondeu diretamente, mas garantiu que os Estados Unidos não permitiram que fossem utilizadas "para atacar 300 quilómetros dentro do território russo ou em Moscovo ou no Kremlin".
"Elas devem ser usadas perto da fronteira no caso de ataques a alvos ucranianos" lançados pela Rússia, explicou Biden, numa entrevista .
Questionado sobre se estava preocupado pelos comentários do Presidente russo, Vladimir Putin, sobre o tema das entregas de armas ocidentais a Kiev, Joe Biden respondeu com um aviso.
"Conheço-o há 40 anos. Ele preocupa-me há 40 anos. Ele não é um bom homem. Ele é um ditador e está a lutar para manter o controlo sobre seu país enquanto lidera esta invasão", disse Biden.
Alguns líderes presentes nas cerimónias, como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, ajoelharam-se para ficar ao nível de alguns destes veteranos ao cumprimentá-los.
Com o seu número a diminuir com o passar dos anos, esta será provavelmente a última grande data a ser celebrada na Normandia com a presença de sobreviventes do desembarque e da largada aérea.
com Lusa