O antigo empresário da comunicação social Jimmy Lai Chee-ying disse esta quarta-feira, em tribunal, que pediu em 2019 ao então vice-presidente dos EUA, Mike Pence, que apoiasse o movimento pró-democracia em Hong Kong.
"Pedi (a Mike Pence) que se manifestasse a favor de Hong Kong, para nos apoiar", disse Jimmy Lai, referindo que estava fora do seu alcance apelar ao dirigente norte-americano para tomar qualquer ação concreta.
Antes do primeiro depoimento desde que foi detido, há quase quatro anos, Lai acenou à audiência do julgamento, rodeado por quatro agentes da polícia.
O empresário de 76 anos é acusado de "conluio com forças estrangeiras" e sedição, à luz da lei de segurança nacional, imposta a Hong Kong por Pequim em 2020, enfrentando uma pena de prisão perpétua.
No início do julgamento, Lai defendeu que o jornal Apple Daily, que dirigia e que foi entretanto encerrado, encarnava os "valores fundamentais do povo de Hong Kong" e queria promover a liberdade.
O jornal refletiu os "valores fundamentais do povo de Hong Kong (...), o Estado de Direito, a liberdade, a defesa da democracia", sublinhou.
"Quanto mais sabemos, mais livres somos", acrescentou o empresário, afirmando que se opõe à violência e é contra a independência de Hong Kong, algo "demasiado louco para se pensar".
Lai está atualmente a cumprir uma pena de cinco anos e nove meses de prisão por duas acusações de fraude e também foi condenado a 20 meses de prisão por participar em protestos pró-democracia "não autorizados" em 2019 e 2020 em Hong Kong, região vizinha de Macau.