Jimmy Carter morre aos 100 anos. Os tributos surgem mundo fora

por RTP
Library of Congress/Marion S. Trikosko/Handout via REUTERS

Joe Biden decretou um dia de luto nacional por Jimmy Carter que vai ser cumprido a 9 de janeiro. O atual presidente dos Estados Unidos fala de um homem de "princípios, de fé e de humildade". As reações à morte de Carter surgem mundo fora. Em Portugal, presidente da República e primeiro-ministro já expressaram pesar pela morte do antigo presidente norte-americano.

Marcelo Rebelo de Sousa lamentou em comunicado a morte do antigo chefe de Estado e lembrou o apoio simbólico que ele deu ao fortalecimento da Democracia em Portugal e enviou a Biden as condolências.

O primeiro-ministro Luís Montenegro já manifestou pesar pela morte de Carter aos 100 anos e lembrou-o como uma referência moral global da Democracia e dos Direitos Humanos.
“Homem de princípios”
"A América e o mundo perderam um extraordinário líder, estadista e humanitário", reagiu o atual Presidente dos EUA com a sua mulher, Jill, num comunicado.

"Para todos aqueles que procuram saber o que significa viver uma vida de propósito e significado (...) estudem Jimmy Carter, um homem de princípios, de fé e de humildade", frisou na mesma nota.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, frisou que “Jimmy Carter foi guiado por uma fé profunda e permanente - em Deus, na América e na humanidade” e recorda que a vida do ex-presidente “é um testemunho do poder do serviço - como tenente da Marinha dos Estados Unidos, 76.º Governador da Geórgia e 39.º Presidente dos Estados Unidos. Ele lembrou à nossa nação e ao mundo que existe força, indecência e compaixão.”

Também o presidente eleito, Donald Trump, reagiu em comunicado, afirmando que o país e os americanos devem gratidão a Jimmy Carter. "Os desafios que Jimmy enfrentou como Presidente surgiram numa altura crucial para o nosso país e ele fez tudo o que estava ao seu alcance para melhorar a vida de todos os americanos. Por isso, todos nós lhe devemos uma dívida de gratidão".

Bill Clinton recordou que o antigo presidente lutou por um mundo melhor e mais justo. "Desde o seu empenhamento na defesa dos direitos civis enquanto senador e governador do estado da Geórgia, aos seus esforços enquanto Presidente para proteger os nossos recursos naturais no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico, fazer da conservação da energia uma prioridade nacional, devolver o Canal do Panamá ao Panamá e assegurar a paz entre o Egito e Israel em Camp David; aos seus esforços pós-presidenciais no Centro Carter, apoiando eleições honestas, promovendo a paz, combatendo a doença e promovendo a democracia; à sua dedicação e ao trabalho árduo de Rosalynn na Habitat for Humanity - trabalhou incansavelmente para um mundo melhor e mais justo"

O ex-inquilino da Casa Branca, George W. Bush, recordou Carter como “um homem de convicções profundas. Era leal à sua família, à sua comunidade e ao seu país. O Presidente Carter dignificou o cargo. E os seus esforços para deixar um mundo melhor não terminaram com a presidência. O seu trabalho com a Habitat for Humanity e com o Centro Carter deu um exemplo de serviço que irá inspirar os americanos durante gerações”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse estar "profundamente triste" e sublinhou os "marcos" de Carter na diplomacia dos Estados Unidos, como os acordos de Camp David ou os relativos ao Canal do Panamá, mas também o seu desempenho enquanto mediador de conflitos, após a sua presidência, em matérias como o controlo eleitoral em países em transição, a promoção da democracia e a erradicação de doenças.

Carlos III frisou que Carter era uma pessoa empenhada que “dedicou a sua vida à promoção da paz e dos direitos humanos. A sua dedicação e humildade serviram de inspiração a muitos, e recordo com grande afeto a sua visita ao Reino Unido em 1977”.

Para o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, o “legado de Jimmy Carter é um legado de compaixão, bondade, empatia e trabalho árduo. Durante toda a sua vida, serviu os outros tanto no seu país como em todo o mundo - e adorou fazê-lo. Foi sempre atencioso e generoso nos conselhos que me deu” e enviou condolências ao “povo americano que está de luto por um antigo Presidente e um humanitário de longa data. Que o seu serviço altruísta continue a inspirar-nos a todos nos anos vindouros”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, lembra o papel de Carter para a paz global.

O chanceler alemão Scholz refere que os Estados Unidos perderam um lutador comprometido com a democracia e o mundo viu partir um grande mediador para a paz no Médio Oriente e para os Direitos Humanos.

Para o primeiro-ministro turco, Viktor Orban, a “memória do Presidente Jimmy Carter ficará para sempre na Hungria. Ao devolver a Santa Coroa ao povo húngaro no final da década de 70, deu aos húngaros amantes da liberdade esperança numa época sem esperança”.

O Presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, lembra o importante papel de Carter na “obtenção do acordo de paz entre o Egito e Israel que ficará gravado nos anais da história e o seu trabalho humanitário exemplifica um elevado padrão de amor, paz e fraternidade. O seu legado duradouro garante que será recordado como um dos líderes mais proeminentes do mundo ao serviço da humanidade.”

A China apresentou esta segunda-feira as suas profundas condolências pela morte de Jimmy Carter, afirmando que o antigo presidente dos EUA foi a “força motriz” por detrás do estabelecimento de laços diplomáticos entre os dois países há mais de 40 anos.

“A China expressa as suas profundas condolências pelo falecimento do antigo Presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter”, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

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