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Jeffrey Epstein terá apelidado o príncipe André de "idiota útil"

por RTP
Reuters

De acordo com um novo livro da jornalista Tina Brown, editora do jornal "The Daily Beast", Jeffrey Epstein, acusado de vários crimes sexuais, ter-se-á referido ao príncipe André como um "idiota útil".

Segundo excertos do livro “The Palace Papers: Inside the House of Windsor – the Truth and the Turmoil”, publicados no Daily Telegraph, Epstein gabava-se de aproveitar a sua relação com o príncipe André, filho da rainha Isabel II, para os seus negócios “obscuros”.

“Epstein confidenciou a um amigo que costumava levar o duque de York de avião para mercados estrangeiros obscuros, onde os governos eram obrigados a recebê-lo, e Epstein ia a acompanhar como consultor de investimentos. Na companhia do príncipe, Epstein poderia negociar acordos com essas pessoas (muitas vezes) obscuras”, escreve Tina Brown.

“Em particular, Epstein dizia às pessoas que Andrew era um idiota, mas – para ele – útil. Um membro da realeza, mesmo com a reputação manchada, é sempre um poderoso fator de atração no exterior”
, escreve ainda Tina Brown no seu livro, com lançamento previsto para o final deste mês.

A jornalista também afirma que Epstein fez o duque de York sentir-se importante graças aos “negócios, às mulheres, aos aviões e ao brilhante mundo de Nova Iorque, onde ele não era visto como um homem adulto ainda dependente da bolsa privada da sua mãe ou da dura hierarquia de Buckingham”.

Brown foi ainda mais longe nas críticas ao terceiro filho da rainha de Inglaterra, afirmando que tem uma combinação de “autoconfiança arrogante e ignorância incontestável”. A jornalista acrescenta que Epstein “explorou habilmente” o “sentimento de indignação” do príncipe André.

A editora do Daily Beast explica ainda no seu livro que Ghislaine Maxwell, então companheira do multimilionário acusado de crimes sexuais, ajudou Epstein a aproximar-se do príncipe André, referindo-se aos três como “os três mosqueteiros da luxúria”.

O duque de York foi acusado de abuso sexual por Virginia Giuffre. A mulher, hoje com 38 anos, alega ter sido coagida pelo multimilionário Jeffrey Epstein e pela companheira, a socialite Ghislaine Maxwell, a manter encontros sexuais com vários elementos do círculo próximo do casal, incluindo o príncipe André
. O caso remonta a 2001, quando Giuffre tinha apenas 17 anos. As graves acusações fizeram com que o filho de Isabel II perdesse todos os seus deveres reais.

O processo acabou por ser encerrado depois de o duque de York ter assinado um acordo com a mulher que o acusa de abusos sexuais. O príncipe André aceitou doar uma avultada soma de dinheiro a uma instituição de apoio a vítimas de agressões sexuais.

O príncipe britânico tem negado todas as acusações e admitiu que a sua relação com Epstein foi “uma vergonha” para a família real.

Epstein foi detido em julho de 2019 sob acusações de tráfico sexual infantil e acabou por se suicidar na prisão um mês depois. A sua mulher, Ghislaine Maxwell, foi condenada em dezembro do ano passado por recrutar e aliciar raparigas menores de idade com o intuito de serem abusadas sexualmente pelo então companheiro.
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